Crítica sobre o filme "Pão, Amor e Fantasia":

Eron Duarte Fagundes
Pão, Amor e Fantasia Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 18/07/2005

Luigi Comencini é um veterano do cinema italiano cujas comédias agradaram ao público e a setores da crítica nos anos 50, 60 e 70, mas depois entrou num certo ostracismo e sua filmografia passou a rarear entre nós. Pão, amor e fantasia (Pane, amore e fantasia; 1953) é um de seus primeiros sucessos; contando com a elegância de Vittorio De Sica e a sensualidade travessa duma jovem Gina Lollobrigida no elenco, Comencini faz uma crônica ligeira do meio militar, falando de maneira desabusada de relações pessoais e sentimentais; o envelhecimento do filme é um dado, mas a arte de narrar do velho cinema italiano ainda pode ser apreciada pelo espectador de hoje que possa estar cansado de certos tropeços da narrativa moderna.

É de Comencini uma frase famosa nos áureos tempos do cinema peninsular: “Fellini paira acima de todas as modas.” Como se vê, Comencini, autor de comédias mais populares, amava o sofisticado humor de Federico Fellini. Comencini está longe de atingir o nível dos grandes cineastas italianos, como Roberto Rossellini, Federico Fellini, Luchino Visconti, Michelangelo Antonioni, Vittorio De Sica, Pier Paolo Pasolini. O lugar de Comencini é no grupo de Mario Monicelli, Dino Risi, Alberto Lattuada, que não chegaram a apresentar uma revolução cinematográfica pessoal, mas aqui e ali realizaram filmes que se destacaram do ramerrão.