Crítica sobre o filme "Resident Evil - O Hóspede Maldito":

Jorge Saldanha
Resident Evil - O Hóspede Maldito Por Jorge Saldanha
| Data: 16/11/2004

Esta versão para o cinema da popular série de FC e terror da Capcom, Resident Evil, iniciou com o envolvimento de ninguém menos que George A. Romero, o diretor do clássico de horror A Noite dos Mortos-Vivos. A princípio foi a escolha perfeita, já que a maior fonte de inspiração de Shinji Mikami, criador do jogo, foram exatamente os filmes de zumbi de Romero. Mas a coisa complicou quando o roteiro de Romero, uma fiel e violenta adaptação do jogo original, foi rejeitado pelos produtores. Inconformado, Romero abandonou o projeto, sendo substituído pelo inglês Paul W.S. Anderson, o diretor de Mortal Kombat (1995), uma das melhores adaptações de um video game para o cinema. Anderson resolveu escrever uma história totalmente nova, uma "prequel" que se passa antes dos eventos do primeiro jogo, mostrando como surgiram os zumbis e mutações que passaram a infestar a cidade norte-americana Raccoon City.

Os personagens conhecidos do game foram substituídos pelas heroínas Alice (Jovovich) e Rain (Michelle Rodriguez), e outras novidades incluem um plano de funcionários da Umbrella que visa expor as atividades ilegais da empresa ao mundo, e o super-computador Red Queen. Mas o filme possui elementos que serão imediatamente reconhecidos pelos fãs da série: a Umbrella Corp., o vírus T, mortos-vivos, Dobermans-zumbi, o nojento monstro Licker e um confronto final a bordo de um trem. Ao final, e em que pese a incapacidade de Anderson em explorar melhor o material que tem nas mãos, Resident Evil acaba sendo um dos melhores filmes baseados em um game (mas inferior à sua continuação, Resident Evil 2: Apocalipse) e talvez por isso mesmo desagrade a quem espera algo mais do que ação, terror e personagens bidimensionais em um contexto em que nem tudo faz completo sentido.