Crítica sobre o filme "Senhor dos Anéis, Os - As Duas Torres":

Edinho Pasquale
Senhor dos Anéis, Os - As Duas Torres Por Edinho Pasquale
| Data: 19/08/2003

Para quem já viu o primeiro filme (A Sociedade do Anel), este segundo o supera em qualidade, riqueza de imagens, ação e até emoção. É impressionante, por exemplo, as cenas com o exército do povo de Rohan, onde, através do uso da computação gráfica, realmente temos a nítida impressão que há mais de 10.0000 homens, embora em outras cenas tenham sido usados apenas 250 cavalos, sem duplicação por computador). As batalhas foram cuidadosamente feitas, com os melhores dublês, com um realismo impressionante. Extremamente bem feito, compondo uma fotografia impecável (os cenários foram criados em maquetes e as filmagens realizadas em locais cuidadosamente escolhidos na Nova Zelândia), elenco e cenas de ação bem dirigidas, empolga do início ao fim.

Os efeitos especiais são de primeira (reparem nos personagens Gollum e Barbárvore, são muito bem realizados, parecem "de verdade"... muito bem realizados pela empresa WETA, que fez os efeitos físicos e visuais, utilizando-se de animatrônicos em tamanho real que serviram como base para os efeitos dos personagens, finalizados em computação gráfica), maquetes e cenários perfeitos (desta vez se "visita" várias locações de cidades e localidades diferentes criadas por Tolkien, tais como Planícies de Rohan, Floresta Fangorn, Pântanos Mortos, Montanhas Brancas, Margens do Rio Anduin, Osgiliath/Subterrâneos, Portão de Isengard, Barad-dûr, entre outros) e áudio e trilha fantásticos (os efeitos de aúdio são brilhantes, utilizando bastante as descrições específicas dos livros de Tolkien). O Sr. Peter Jack acertou novamente.

Claro que o "gostinho de quero mais" continua, pois só saberemos o final da saga possivelmente no final de 2003, com o lançamento do último filme da trilogia, O Retorno do Rei. Mas é certo que este filme contentará aos fãs (medo este existente antes de sua estréia) e a todos que gostam de uma boa aventura rechada com muita ação.

Quanto a estória, o nosso amigo e colaborador Sérgio Matorelli lembra bem que este filme pode ser dividido em 3 aventuras distintas:

- Merry e Pippin, sequestrados pelos Uruk-Rai no final do primeiro filme, são salvos pelos Ents, liderados por Barbárvore, e presenciam o ataque dos Ents a Isengard (uma sequência que, aliás, muitos achavam que não teria no filme)

- Legolas, Aragorn e Gimli reencontram Gandalf, o Branco. Gandalf "exorciza" o Rei Theoden, que estava sendo controlado por Saruman através de Grima Língua-De-Cobra, e convence os cavaleiros de Rohan a se unirem lutarem contra as tropas de Uruk-Rai. Detalhe: no livro, os Elfos NÃO PARTICIPAM da batalha de Helm´s Deep. No filme, Elrond envia Haldir e uma tropa de Elfos para dar uma força. No livro, os Ents aparecem no finalzinho de Helm´s Deep pra ajudar a dar um pau nos Uruk-Hai que restaram; no filme, isso não acontece.

- Frodo e Sam encontram Gollum (que já foi um hobbit, chamado Sméagol), e rumam para Mordor. No final do filme, Gollum decide entregar o destino de Frodo para "ela". "Ela", no caso, é Shelob, a Arachnia, que só vai aparecer no começo de O Retorno do Rei (no livro, ela aparece no final de As Duas Torres, mas o Jackson moveu essa parte para o próximo filme).

Os Nazgul agora aparecem naqueles bichos alados porque a forma anterior deles, que é vulnerável a fogo e água, foi destrúida naquela enchente provocada por Arwen Evenstar na entrada de Valfenda. (No livro, Frodo vai sozinho a cavalo até Valfenda, e quem provoca aquela onda é Glorfindel, e não Arwen).

Um filme imperdível, um dos melhores já produzidos e com certeza fica entre os 5 melhores de 2002.