Crítica sobre o filme "Shrek 2":

Rubens Ewald Filho
Shrek 2 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 04/01/2005

Não é melhor do que o primeiro porque não tem a mesma originalidade e surpresa. Mas merece o sucesso espetacular que fez nos Estados Unidos (tanto que já estão preparando os capítulos 3 e 4, no melhor estilo Saga tipo Senhor dos Anéis segundo afirma o produtor Jeffrey Katzenberg).

É engraçado, inteligente, bem bolado, diverte crianças e adultos. De todos os filmes de animação, até mais do que na Disney, Shrek depende muito das vozes originais. Não apenas o visual dos personagens é inspirado nos atores que fazem as vozes como mais do que em outros, eles participam diretamente de sua promoção (e também ganham maiores salários por isso). Talvez por isso mesmo, ousa-se dizer que a melhor criação no cinema de Eddie Murphy seja como o burro (como ele diz uma criatura falante e chata).

Mas que desta vez tem um rival para concorrer. O espanhol Antonio Banderas está ótimo como o Gato de Botas, que surge no meio da história e rouba todas as cenas em que aparece (ele e o Burro até compartilham o número musical final).

O filme custa um pouco a engrenar, iniciando com um prólogo com o Príncipe Encantado (Ruppert Everett) que será o filho da Fada Madrinha (a inglesa Jennifer Saunders, do seriado Absolutely Fabulous e para mim a figura menos brilhante do elenco). No final das contas, ela é a vilã, manipulando poções mágicas e adivinhações, fazendo chantagem com o Rei da Terra de Tão, Tão Distante (Não é erro é mesmo duplo!) - que se parece muito com Los Angeles e Hollywood - para que a Princesa deixa seu amado Ogro.

Mais do que o primeiro ainda, este Shrek 2 é uma história de amor, em que o casal luta para não se separar contra todas as conspirações e interferências, até mesmo a insistência que as pessoas tem em torna-los bonitos. Funciona porque é repleto de citações de cultura pop (de tudo, apresentadores (Joan Rivers, aquela que comenta os vestidos para o canal E! nos tapetes vermelhos), marcas, filmes (como Flashdance), canções (como Tomorrow do musical Annie) e principalmente contos infantis (na aventura final entram Pinóquio, os Três Porquinhos, o Muffin Man). Mas é sucesso mesmo porque é divertido e pode-se mesmo assisti-lo duas ou mais vezes com prazer. Não perca.