Crítica sobre o filme "Tommy":

Edinho Pasquale
Tommy Por Edinho Pasquale
| Data: 24/06/2005

Um grande sucesso no seu lançamento, com elenco cheio de estrelas, esta foi praticamente a primeira ópera-rock de sucesso, vindo logo em seguida de Godspell e Jesus-Christ Superstar. Depois vieram Fantasma do Paraíso e Rock Horror Show, só pra lembrar de alguns (todos com versões para a Broadway). Este aqui já havia sido lançado em disco em 1969 composto pelo guitarrista do The Who, Pete Townsend, de certa forma revolucionário, logo depois veio outra obra, sem o mesmo impacto, chamada Quadrophenia, ambos com uma tecnologia de 4 canais em vinil (os LPs), que precisava de um equipamento especial para ser ouvido com toda a sua amplitude (Tommy quando da edição lançada como trilha do filme, na com um canal a mais, chamado de "Quintaphonic").

Na verdade, mesmo em disco, uma novidade tecnológica que hoje está solidificada com o DVD. Estrelado, como fio condutor da estória, o vocalista da banda Roger Daltrey, numa atuação bem convincente como o cara que fica surdo, cego e mudo com um trauma de infância, que se torna um campeão de fliperama. No ritmo frenético do diretor Ken Russell, as aparições das estrelas vão acontecendo, costurando a história com algumas cenas até que surrealistas, com músicas e performances inesquecíveis de Elton John como Pinball Wizard, a estréia de Tina Turner no cinema como Acid Queen (papel que era pra ser feito por David Bowie) e Eric Clapton. Com as presenças ainda dos atores Ann-Margareth, Oliver Reed e até Jack Nicholson mostrando seus dotes musicais, é puro entretenimento dos anos 70, com todos os seus exageiros, mas que não envelhece. Tanto é que o próprio The Who e seus participantes vivem apresentando quase que todas as músicas em seus shows. É, no mínimo, importante para se conhecer a história do Rock. Uma curiosidade: a cena de Eric Clapton como estátuas de Marilyn Monroe na Igreja foi censurada quando da sua exibição nos nossos cinemas.