Crítica sobre o filme "Tropas Estelares":

Marcelo Hugo da Rocha
Tropas Estelares Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 21/09/2002

TROPAS foi a primeira produção do tão abalado (ex-badalado) diretor PAUL VERHOEVEN após o retumbante fracasso de SHOWGIRLS (1995). Para quem vinha colhendo sucessos um atrás do outro, ROBOCOP (87), TOTAL RECALL (90) e INSTINTO SELVAGEM (92), SHOWGIRLS foi suficiente para enterrar a estima do diretor holandês que chegou a fazer "escola" de admiradores, fugindo do padrão "Hollywood" com filmes bem polêmicos (e violentos). Então era óbvio que havia uma grande expectativa quanto a TROPAS e que, se não revigorou a carreira do diretor, pelo menos deu um fôlego para continuar na profissão... Conseguiu pagar a cara produção (95 milhões de dólares) e sobrou ainda uns trocos para fazer o fraquíssimo HOMEM SEM SOMBRA (2000).

Não tenho vergonha de dizer que TROPAS é muito bom. Digo "vergonha", porque muita gente achou uma grande bobagem ou o filme bobo demais. E digo mais: porque elas simplesmente não entenderam qual era a intenção. Ele é digno do melhor da filmografia do diretor. Só pela sacada das bandeiras e do uniforme da Força Federal imitando os apetrechos nazistas já vale pelo filme. Como também pela propaganda militar e pela derrocada da democracia informada logo no início. A divisão dos "civis" dos "cidadãos" também deve ser lembrada como aspecto do fascismo. O que realmente dói no filme são os atores. Aquele CASPER VAN DIEN é muito ruim! E os demais, salvo o amorzinho da DENISE RICHARDS, devem ter sido recrutados em cursos de modelo/ator bem picareta, destes que cruzam por cidades interioranas prometendo transformá-los em novos astros (e ninguém vingou)...

Mas como já dizia o produtor DINO DE LAURENTIS, "os atores são apenas um detalhe". E cola bem aqui, porque os monstrengos, um misto de mosquito com barata, são os responsáveis pelo filme funcionar. Inclusive, a equipe de efeitos especiais foi indicada ao Oscar de 98 (mas não levou e que acabou ficando com o importante SATURN AWARD). De qualquer forma, se ainda não tivemos uma continuação nos cinemas - o final fica aberto - virou série animada (que nunca assisti). Realmente, PAUL VERHOEVEN nos seus melhores momentos.