Crítica sobre o filme "Vingança do Mosqueteiro, A":

Marcelo Hugo da Rocha
Vingança do Mosqueteiro, A Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 25/03/2003

Uma decepção! A premissa era interessante, incorporar nas antigas aventuras de capa/espada, neste caso do legado de Alexandre Dumas, a arte oriental nas cenas de ação. Então os produtores chamaram Xin-Xin Xiong, responsável pelas peripécias do ‘ator’ Jean Claude Van Damme em A Colônia (1997), para dar ‘vida’ ao filme. Das boas intenções, apenas duas cenas em especial, uma num bar, que lembra os melhores momentos de briga da dupla Terence Hill (Trinity) e Bud Spencer, e o confronto final entre o mocinho (Chambers) e o bandido (Tim Roth), um plágio da seqüência dos bambuzais de O Tigre e o Dragão (2000).

O resto é sonolento, falso e sem graça. A direção é um fracasso, por conta de Peter Hyams, o mesmo do fraquinho Fim dos Dias (1999) e do surpreendente Timecop (94). Por exemplo, um erro crasso, poderia ter sido uma bela tomada quando inicia sobre um telhado e acaba dentro duma casa se não fosse a sombra da grua (onde a câmera está suspensa) que estraga a imagem... Mas o pior é o ator que (des)interpreta D’Artagnan, Justin Chambers, modelo da Calvin Klein. Se queriam um Leonardo DiCaprio (visto também em outra adaptação de Dumas, O Homem da Máscara de Ferro, (1998) mas não tinham grana para tanto, poderiam até procurado algum dublê na escolinha global da Malhação que teria sido melhor. Caracterizaram um D’Artagnan arrogante e sem charme algum, coisa rara neste filme. Quem se salva é o grande ator britânico Tim Roth, que não tenho idéia porque aceitou embarcar neste Titanic...

Nem a presença de um elenco de apoio consagrado, como Catherine Deneuve e Stephen Rea, salvam esta bobagem que por óbvio fracassou nas bilheterias. Também baseado em Alexandre Dumas, na sua última adaptação, O Conde de Monte Cristo (2002) é muito melhor e não precisou importar um coreografista chinês para dar ‘vida’ ao filme...