Filme baseado no livro de Julio Verne (atenção público mais jovem: procurem seus livros e soltem a sua imaginação, não só de quadrinhos é feita a literatura), um filme histórico em vários sentidos. Uma super-produção de Mike Todd, ganhou o Oscar® de melhor filme, roteiro, montagem, fotografia e música (de Victor Young), além de ser indicado como melhor direção, figurinos e direção de arte. Tudo é grandioso. A idéia da aposta de se dar a volta ao mundo num balão ainda seduz vários magnatas aventureiros, talvez inspirados pelo livro de Verne.

O elenco é fantástico (se não me engano, foi o primeiro a convidar astros famosos da época para fazer “pontas”, como Charles Boyer, Marlene Dietrich, Frank Sinatra, Fernandel, John Gielgud, Trevor Howard, César Romero, Buster Keaton, Peter Lorre, John Carradine, entre vários outros. Isto na linguagem cinematográfica se chama “Cameo”), com o grande David Niven fazendo o papel do magnata e seu ajudante, Cantinflas, ator muito popular no seu país (uma espécie de Mazzaropi do México, sua característica como personagem era usar as calças no estilo “Saint Tropez” – quem diria que viraria moda – ou seja, abaixo da cintura), seu primeiro grande filme internacional.

Bela fotografia, com exuberantes locações, o filme é claro que envelheceu um pouco com o tempo, mas ainda é um grande filme. É um bom entretenimento, para quem o assistiu nos cinemas e para quem o viu na “Sessão da Tarde” e quer matar a vontade de rever, uma ótima oportunidade. Para os mais jovens, uma boa chance de se conhecer uma boa aventura feita na época em que não havia computadores fazendo efeitos especiais.

Curiosidades sobre a super-produção (para a época): 74,685 figurinos foram desenhados (e utilizados), foram contratados 68,894 atores extras (1,243 só em Hollywood), utilizados 8,552 animais (de verdade...), foi filmado em 13 países diferentes (a produção utilizou mais de 13 companhias aéreas) e 140 cenários construídos em 6 estúdios em Hollywood, assim como um estúdio em Hong-Kong, Japão e Londres.