Crítica sobre o filme "Bye Bye Brazil":

Edinho Pasquale
Bye Bye Brazil Por Edinho Pasquale
| Data: 26/02/2005

Um filme cuja a temática poderia ter envelhecido com o tempo, mas torna-se com o passar dos anos um dos melhores filmes de road-movie (filmes de estrada) nacional. Para quem conhece o “interiorzão” do país, sabe que grupos mambembes, como a “Caravana Rolidai” (até o nome é propício... ou não cultivamos e idolatramos o inglês aportuguesado nestas “bandas dos fim de mundo”?). Embora Carlos Diegues (antes apenas Cacá Diegues) tenha dito que se tratava de um “Brasil que termina e outro que começa”, o filme se torna atual, por mais tecnologias novas e avançadas que tenhamos tantos anos depois. A simplicidade dos povoados (exceto os mais politizados, organizados como MST e que tais, além do feudalismo oportunista de grileiros que matam em favor dos seus interesses, mas esta é outra história, que, desde Chico Mendes, só se torna público graças a evolução tecnológica das comunicações. Mas vamos deixar estas questões pra lá). Com boas interpretações e locações, vale ainda a visão dos chamados “mambembes”, que, se não trazem dinheiro (o pão), dão o “circo” ao povo. Tá, o filme de certa forma cinematográfica poderia ser diferente com os padrões atuais, mas, se visto como um retrato do verdadeiro interior do país, não difere muito, em muitas das situações aqui relatadas, com a nossa realidade contemporânea. Diegues conseguiu nos proporcionar um filme atemporal, com boa interpretações, sobretudo de Wilker. Para as novas gerações, além de objeto de estudo, vale como ver os atores (e ídolos musicais, como Fábio Jr.) numa fase de suas carreiras. E a trilha de Chico Buarque (na música tema), é uma das melhores do cinema nacional. Veja, reveja, tenha em casa. A não se que você só goste de Rambos e Hillary Duff (para estes, nunca será tarde para compreender).