Se você se desligar da realidade e das certezas absolutas, certamente pensará como eu: um filme que simplesmente distrai. Ora, esta não é uma das funções de um bom filme? Ainda mais tratando de temas nossos. Se não há a necessária crítica realista aos verdadeiros problemas brasileiros, por que não relaxar e encarar como uma grande piada a expressão de que “Deus é brasileiro”, tão popular na boca do povo quando o fato convém. O filme se torna leve e até engraçado, muito pela revelação de Wagner Moura. Se Fagundes está apenas burocrático, pouco importa. O que realmente interessa é que é um filme leve, bem realizado, com surpreendentes efeitos especiais. Assista sem medo ou preconceitos. E desprovido de americanismos ou de se gostar apenas dos filmes cabeça. Este com certeza não é. Há defeitos, claro. Mas que me apontem, leitores, um filme sequer que tenha a perfeição por completa (não vale os verdadeiros clássicos mundiais, este não é um deles). Mais um bom filme nacional, que dá pra assistir sem medo. (veja a matéria quando da entrevista coletiva da exibição do filme para a imprensa).