Crítica sobre o filme "Dona Flor e Seus Dois Maridos":

Edinho Pasquale
Dona Flor e Seus Dois Maridos Por Edinho Pasquale
| Data: 26/02/2005

Se Carlota Joaquina, resenhada aqui na mesma época deste Dona Flor, foi um marco por reerguer o cinema nacional depois da era Collor (credo!), este foi um outro ícone que mostrou o cinema nacional ao mundo, depois de O Pagador de Promessas, de praticamente 20 anos antes. Mesmo sendo revisto, não dá pra não gostar da excelente estória de Jorge Amado, com interpretações memoráveis da musa da época Sônia Braga (que acabou até tendo uma certa carreira internacional, por este filme e por O Beijo da Mulher Aranha), José Wilker e Mauro Mendonça. A direção do elenco de apoio também merece destaque, o que torna o filme com um elenco praticamente impecável. E nada como uma verdadeira estória brasileira, quase que folclórica (embora a Dona Florípedes e sua Escola de Culinária realmente existiram), com a nossa sensualidade e contrastes deste imenso país. Pouco mudou nestes anos, sempre teremos estórias - e histórias - para contar, neste rico país cheio de cores, imagens, folclore e sensualidade (repito), fielmente retratados nesta produção luxuosa para a época, com uma fotografia .

Ufanismo à parte, um grande filme reconhecido mundialmente (que ainda lotam as sessões de cinema em mostras em todas as partes). A tal ponto de se ter quase que uma refilmagem, medíocre, exatamente por não ter o tempero brasileiro, Meu Adorável Fantasma, com a então popular Sally Field. Mas prefira este. Um grande filme. Repito: um marco. Com o dedo da família Barreto, no seu pioneiro, Bruno, que te fez alguns bons filmes nos EUA. Não perca, caso você não o tenha visto. Ou então, reveja.