Palma de Ouro no festival de Cannes, este é um filme humano, sincero, emocionante. Apesar de algumas restrições. Narayama é uma montanha do Japão, onde seriam levados para morrer o velhos com mais de 70 anos. É uma visão primitiva que existiria o "Deus da Montanha" que exige o sacrifício para a felicidade da família. Mas esta magia primitiva é mais lendária que real. O que mais choca ao ver o filme é a frieza com que Imamura manipulou os dados para melhor defender suas teses. Não há provas de que os camponeses realmente agissem assim com seus velhos. Propositalmente, o filme não determina uma época. Mas é de se supor que a ação se passa no fim da era Edo (1850/60) , embora seja um anacronismo existir uma arma de fogo. Pontuando todas as ações com imagens de bichos, especialmente serpentes, tenta mostrar que os homens são como animais, principalmente na conduta sexual. Há também um excessivo academicismo das imagens, sem luz artificial nos exteriores. O filme chega perto, mas não consegue resvalar no folclórico. Talvez pela presença muito humana dos atores, principalmente Sumiko Sakamoto, que faz a velha. Na verdade ela têm 35 anos a menos que a personagem. Sua composição é perfeita. A ponto de perder o quatro dentes da frente. Mas "Narayama" também quer ser um filme contemporâneo que, segundo o Diretor, é apenas ficção. A abundância atual não pode esconder as raízes da pobreza e o sofrimento do passado do Japão.