Crítica sobre o filme "Cliente, O":

Rubens Ewald Filho
Cliente, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/04/2012

O escritor e autor de best-sellers John Grishman, depois de “A Firma” e “O Dossiê Pelicano”, acerta comercialmente de novo com este “O Cliente” (que rendeu respeitavelmente oitenta e cinco milhões de dólares, ótimo para uma fita sem grandes astros). Mas não é um grande thriller, menos confuso que Pelicano, e prejudicado por um final convencional onde falta maior suspense. Não gostei do garoto central, um novato chamado Brad Renfro que foi escolhido para o filme (ele era realmente um garoto problemático e rebelde na escola e depois da fita o diretor Schumacher está cuidando de sua educação). Todo mundo o está comparando ao Edward Furlong de “Exterminador dois”, mas o garoto falha em algumas cenas onde o personagem fica desagradavelmente mimado e chato. Parte dessa restrição minha se deve ao fato de ter visto a fita dublada em espanhol (em San Sebastian) o que certamente acentua seu defeito (a voz dele original tem sotaque sulista o que também é irritante).

Grisham gosta de temas sobre advogados e Direito. No caso, a trama já não é nada novidade. Mais outra fita sobre garoto que testemunha crime. Aqui o menino Brad vive com a mãe (Louise de “Tomates Verdes Fritos”) num trailer, junto com irmão menor. Os dois testemunham quando um advogado da máfia resolve se suicidar mas antes acaba contando demais para o menino (o irmão mais novo vai entrar em coma traumática) que por causa disto passa a ser perseguido pela polícia, por um promotor ambicioso (Lee Jones, em interpretação medíocre) e naturalmente pelos bandidos mafiosos que têm medo que ele revele onde está escondido o corpo de um político que eles mataram (o bandido mafioso feito por Anthony de La Paglia está especialmente ruim e caricato, o pior do elenco). Para tentar safar-se desta cilada, o garoto procura a ajuda de uma advogada que no livro é uma senhora de quase sessenta anos, cabelos grisalhos, mas que aqui virou uma ainda atraente Susan Sarandon, sempre uma boa atriz. Ela tem problemas de ter sido ex-alcoólatra e procura reabilitação. Ela acaba ajudando o garoto, o escondendo e defendendo de interrogatórios ilegais e eventualmente o ajudando a desvendar o mistério, mesmo burlando a lei. É aí que a história poderia ter ficado mais incrementada, mais emocionante ainda. De qualquer, forma é uma fita consumível que serve de distração. Susan Sarandon teve indicação ao Oscar® de melhor atriz.