Crítica sobre o filme "Condenação, A":

Rubens Ewald Filho
Condenação, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 27/10/2011

Para os padrões atuais chega com bastante atraso este drama que é decente, mas não tem grande chance de fazer sucesso. É o tipo do filme que você pode assistir se esbarrar nele numa locadora ou mais ainda, num canal de filmes da TV a cabo. Mas não vai se abalar para sair de casa para vê-lo. Mas é uma correta versão de um fato real, dirigida pelo também ator Tony Goldwyn (neto do famoso produtor Samuel Goldwyn, mais conhecido como o assassino de Ghost, do Outro lado da Vida). Chegou a ser indicado ao SAG de atriz (Hilary), teve menções e prêmios em festivais menores, mas não emplacou lá fora.

Procura-se  evitar a cara de telefilme, mas é isso o que faz pensar a própria história. Hilary também é a produtora que foi inspirada numa reportagem do programa de TV 60 Minutes e apresentado em 2002. Houve uma corrida pelos direitos, primeiro com Naomi Watts. Mas só se concretizou em 2007, quando os três atores centrais aceitaram trabalhar por salários menores, já que se tratava de um filme independente. E o mais curioso (atenção: revelamos detalhes sobre o final) o filme não conta, talvez para não decepcionar com a ironia, nem mesmo em letreiros: seis meses depois de ter sido libertado, Kenny sofreu ferimentos na cabeça quando uma parede desmoronou em cima dele e morreu por causa dos ferimentos. Inocente! E depois de tantos anos de cárcere.

Enfim, aqui se conta a vida de Betty Anne Waters, uma mãe solteira da Nova Inglaterra, que passa quase duas décadas lutando para libertar o irmão que ela acha que é inocente do crime de assassinato pelo qual foi condenado. Vai estudar direito numa universidade para aprender a lutar por ele, embora enfrentasse dificuldades (como as provas que foram se perdendo, porque mal cuidadas).

O problema com este tipo de filme é simples, você já entra adivinhando o final (se não fosse feliz nem teriam se dado ao trabalho de realizá-lo). E por isso, por melhor que seja o elenco, a veracidade, a boa vontade, o interesse acaba se tornando relativo.