Crítica sobre o Blu-ray "Imagem Filmes - 105 Min." do filme "Mutação":

Jorge Saldanha
Mutação Por Jorge Saldanha
| Data: 19/05/2012

MUTAÇÃO estava disponível em Blu-ray, desde 2009, apenas no Canadá e Austrália, em sua versão original de cinema e formato de tela 1.78:1. Em 2011 a Lionsgate lançou em BD nos EUA e no Reino Unido a versão do diretor com 112 minutos, formato de tela correto (1.85:1), faixa de áudio lossless DTS-HD Master Audio 7.1 e uma boa quantidade de extras. Quando primeiro se soube que a Imagem, atual distribuidora nacional dos antigos títulos da Miramax, lançaria o filme em Blu-ray por aqui, havia a esperança de que essa fosse a versão disponibilizada. Contudo a distribuidora, que aparentemente apenas dispensa maior atenção aos títulos de Quentin Tarantino que estão em seu catálogo, lançou um BD de camada simples (BD 25Gb) apenas com a versão de cinema, provavelmente empregando a mesma e mais barata transfer 1.78:1 das edições canadense e australiana, e sem nenhum extra. E para arrematar, na parte de trás da embalagem escreveu errado o nome do diretor Guillhermo Del Toro.

 

Quanto à imagem, a transferência 1080p/AVC MPEG-4, na proporção 1.78:1 (que preenche totalmente a tela das TVs 16:9, eliminando as finas tarjas pretas que seriam visíveis caso tivesse sido respeitado o formato original 1.85:1), proporciona resultados poucas vezes superiores ao medíocre. Do lado positivo ela preserva satisfatoriamente o “calor” da paleta de cores original, que enfatiza os tons azuis e âmbar. Por outro lado, o contraste e o nível de detalhes pouco se destacam e não impressionam. O que, aliado ao ruído de vídeo que notamos em várias sequências (fruto principalmente de considerável granulação e outras condições da película), denota estarmos frente a material não remasterizado para BD, provavelmente uma transfer HD reaproveitada de algum lançamento anterior em DVD. Os pretos são fortes e penetrantes, porém detalhes menores nas sombras são ocultos pela escuridão, especialmente nas cenas ambientadas nos túneis subterrâneos. Enfim, temos aqui uma apresentação visual adequada para um título de catálogo lançado em Blu-ray em 2009, mas que deixa muito a desejar para os padrões que o formato atingiu em 2012.

 

Quando chegamos na apresentação auditiva, percebemos que as coisas melhoram significativamente. Ainda bem que a Imagem Filmes deixou de lado a faixa comprimida DTS-HD High Resolution, que utiliza na maior parte de seus lançamentos, e brindou este lançamento com uma mixagem DTS-HD Master Audio que, apesar de ser “apenas” 5.1, é bombástica, com graves explosivos nos momentos de ação e exemplarmente ambiental nas sequências de maior suspense, como aquelas em que, nos túneis escuros, ouvimos o ruído dos insetos aproximando-se à nossa volta. O envolvimento surround é muito bom, os diálogos são claros e a mixagem, de modo geral, é bem equilibrada e reproduz com ótima fidelidade a trilha sonora de Marco Beltrami – minha preferida do compositor. Não há outras opções de áudio, e as únicas legendas disponíveis são português e inglês – mesmos idiomas dos menus principal e pop up.