Tem gente que veio como papo do filme ser "cult". Besteira porque só vira cult o filme que é descoberto depois de fracassar. Este já foi fracasso de cara nos Estados Unidos, o que ao menos deu uma certa esperança de que nem tudo está perdido. Está é das fitas mais repulsivas, violentas e revoltantes dos últimos tempos. Difícil ver personagens tão repelentes, em situações tão escabrosamente vulgares e escabrosas. Parece que senso de humor. A tal ponto que me parece um retrato (mesmo involuntária) da atual falta de valores morais seja no cinema, seja no mundo atual. Felizmente na sessão em que o assisti na Mostra Internacional de São Paulo, a plateia reagiu com desprezo. Enfim, o filme é mais uma história de estrada com dois casais. Os dois não parecem amadores e são péssimos, o tal de Michael Duchovny (está em vídeo na Orquidea Selvagem 3) e Michelle Forbes. Ela é fotografa, ele escritor e pretendem ir para a California (o K do titulo é só para diferenciar a frescura de um faroeste chamado Califórnia). No caminho dão carona para um casal muito esquisito, Brad Pitt e Juliette Lewis (na época foram namorados, mas já acabou), ele é um assassino psicopata que mata sem razão, ela uma retardada mental, ou quase (um papel finalmente adequado para esta que é a mais feia e chata das atrizes atuais). Os quatro vão viajando juntos, até obviamente quando a fotografa começa a desconfiar que há algo errado. É que eles estão fazendo uma tour por lugares onde ocorrem crimes famosos, chacinas trágicas que eles revisitam e a moça vai fazendo fotos. Até obviamente um final violento. Brad Pitt faz tudo para destruir sua imagem de novo Robert Redford que criou em Nada é para Sempre, aparecendo barbudo, sujo, nojento, ainda por cima carregando demais nas tintas como ator composto e exagerado. Juliette tem esse papel ingrato de burra, o que só acentua os defeitos. O que não consigo mais suportar é a violência usada gratuitamente, como se a plateia fosse ter prazer em ver um exercício em sadismo, em desrespeito a dignidade humana, se complacendo com atos depravados. Exagerei? Pode ser, mas é bom para deixar claro como desprezei este tipo de filme.