Crítica sobre o filme "Onde Está a Felicidade?":

Eron Duarte Fagundes
Onde Está a Felicidade? Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 26/09/2011

Mesmo que a atriz Bruna Lombardi seja bonita e simpática em cena, é difícil simpatizar com as excessivas superficialidades de Onde está a felicidade?, dirigido com complacência por Carlos Alberto Riccelli, marido da intérprete e que, também ator (e bom ator), evita estar em cena com Bruna. O desastre de direção cinematográfica de Riccelli repete o que já ocorrera em O signo da cidade (2008); a fraqueza da ossatura narrativa vai ficando cada vez pior à medida que os minutos passam (e como tardam a passar!) numa sala de cinema.

A história, escrita com falta de jeito por Bruna, mistura um humor fácil e rasteiro com evocações espirituais tão falsas quanto a todo o momento descaracterizadas por sua ironia torta e mal feita. A desabusada referência a uma traição pela internet que leva a protagonista (uma apresentadora televisiva de culinária) aos caminhos espanhóis de Santiago de Compostela enquanto seu marido (comentarista esportivo) curte sua fossa ao lado duma menina (uma criança) que gosta de futebol e é sua admiradora acaba transformando-se num pretexto de vazio turismo cinematográfico para Ricceli e Bruna.

A única sequência que se salva é sonora: a voz nordestina de Gilberto Gil, cantando ao sabor dos créditos de encerramento e emoldurando-se-lhe a voz pelas imagens dum forró no Piauí onde os atores se divertem.