Crítica sobre o filme "Loucura de Amor":

Eron Duarte Fagundes
Loucura de Amor Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 31/03/2012

Impulso inicial para o estrelato cinematográfico da espanhola Sara Montiel, Loucura de amor (Locura de amor; 1950), dirigido na Espanha por Juan de Orduña, tem aquela estrutura e aquela composição visual arcaica e novelesca de alguns melodramas da então que se valiam de anotações históricas superficialmente colhidas para edulcorar tramas constrangedoramente primárias; é como se o pano histórico estivesse representado na tela por um velho papelão, é um pouco como se este papelão (hoje incrivelmente borrado e opaco) fosse a própria reconstituição de época.

Sara, em seus inícios, não ocupa o centro do filme. Ela é uma das mulheres da corte que ama o rei Felipe, um mulherengo que faz infeliz uma mulher, a rainha Joana de Castela, vivida por uma estrela de mais brilho que Sara, Aurora Bautista. Quem interpreta Felipe é um jovem Fernando Rey, ainda longe da densidade de suas interpretações para seus patrícios Luis Buñuel e Carlos Saura.

Uma curiosidade histórica, certamente, mas recheada de debilidades narrativas que a mínima exigência identifica.