O grande nome deste filme é... Quentin Tarantino. O balconista de locadora de vídeo resolveu e teve a sorte de conseguir produzir seus filmes, talvez, quem sabe, “inspirado” na profissão. Na verdade, cada um de nós. Que adora a “Sétima Arte”, tem, nem que seja lá no fundo, uma idéia de um filme de sucesso. Tarantino começou a expor suas idéias com o bem sucedido “Cães de Aluguel”, quando notou que um “filão” estava aberto: o dos filmes de violência, porém com uma linguagem nova, diferente. Com o seu prestígio pela primeira produção, conseguiu um elenco de primeira, ora com atores “esquecidos” (como John Travolta), ora com atores da “moda” de então (como Bruce Willis, de “Duro de Matar”).
O resultado não poderia ser diferente: um filme com um roteiro brilhante (vencedor do Oscar®) e cenas inesquecíveis. Há imagens e cenas memoráveis (a dança com a Umma Thurman e John Travolta, neste caso uma espécie de redenção de “Os Embalos de Sábado a Noite”, que recolocou o astro como um dos principais atores do momento), as cenas bastante violentas, que se tornaram “comuns” para qualquer telejornal 20 anos depois, personagens simples, porém extremamente bem interpretados e “populares”, como o de Samuel L. Jackson, que embora já o fora um excelente ator, ganhou proeminência neste filme.
A trilha sonora de sucesso, as inúmeras referências e curiosidades (só para citar algumas: “Pulp Fiction” é um tipo de revista barata, em quadrinhos, mas bastante consumida, as "idas e vindas" na escolha dos atores, onde até Silvester Stalone estava cotado, o recorde de palavrões para a época, onde “fuck” é dito nada mais que 271 vezes e por aí vai...).
Há ainda uma certa “reclamação” de época, de que o roteiro poderia ser confuso, já que traz histórias paralelas e de forma não cronológica. Hoje estas reclamações servem como inspiração, o que torna mais ainda o filme como referência. Há uma certa “idolatria”, com sites que podem mostrar o filme em outra edição, como o “Editdvd” até livros, mesmo que apenas com o seu roteiro, lançado aqui pela Editora Rocco.
O filme acabou se tornando uma referência, por sua linguagem nova e, talvez, desejada pela maioria. Foi sucesso de crítica e público (algo que nem sempre acontece). Super-estimado por alguns, super elogiados por outros, um filme que merece ser visto, nem que seja para saber que um filme que pode ser “violento”, pode ser uma experiência de puro entretenimento para todos. Assista sem medo, mesmo que na versão nacional. A comprovação do talento de Tarantino está em "Kill Bill Vol 1", lançado em 2003/4.