Não é fácil para este filme chegar depois de outro sobre o mesmo tema, Branca de Neve. Pior ainda, o primeiro Espelho, Espelho Meu era em tom de comédia e foi bastante bem por aqui (ao menos de bilheteria). Se rimos antes, fica difícil agora levar a sério este épico repleto de efeitos especiais ainda mais estrelato pela pior atriz de sua geração, a inominável Kristen Stewart, certamente a figura mais sem graça, mais inexpressiva, mais queixuda e de boca perpetuamente aberta que já teve a infelicidade de estar numa tela de cinema..
Também não ajuda muito não termos informações sobre o diretor o Sr. Rupert Sanders, que sabemos apenas que veio do cinema publicitário e está há cinco anos procurando um projeto. De qualquer forma, ele fez um trabalho competente (milagre: até conseguiu fechar a boca algumas vezes da inominável) com uma bonita direção de arte, efeitos especiais adequados, uma bonita trilha musical e principalmente um bom elenco de apoio.
Naturalmente quem domina o filme (e quando está fora de cena é um suplício suportá-lo), é Charlize Theron, sempre uma mulher belíssima e uma boa atriz, que finalmente tem um personagem à sua altura: uma madrasta que também é bruxa e não sei o mais que, tudo para manter sua beleza eterna. Logo no começo ela é salva pelo rei, pai de Branca de Neve, o mata na noite de núpcias e prende a menina porque pode vir a ser a mais bela do Reino. Tem também um irmão que lhe serve em tudo além do espelho que a previne dos perigos.
Narrado em off pela voz engasgada e excessivamente grossa do Thor, desculpe, quero dizer que é Chris Hemsworth (mas o rapaz faz os dois personagens, o deus Thor e aqui o Caçador – não tem outro nome - exatamente da mesma maneira, com uma batata quente na boca). Enfim, dali em diante, Branca consegue escapar pelo esgoto (bem que podia ser simbólico, mas acho que não foi a intenção), se esconder na Floresta Negra (um cavalo branco surge miraculosamente, mas coitado, irá cair na areia movediça) até quando o Caçador Thor, desculpe, Chris vai atrás da moça com más intenções (ele agora bebe porque sente saudade da mulher que morreu).
Os sete anões irão entrar em cena apenas uma hora depois do começo do filme e serão interpretados por famosos e competentes atores britânicos, dos melhores mesmo, todos fingindo com auxilio de trucagem, de que são anões (eles funcionam como alívio cômico, mas como são competentes ajudam a suportar as falhas do roteiro.
Tais como o romance entre Thor/Caçador e Branca Neve nunca ser devidamente desenvolvido para justificar o amor dela que de tão grande a faz ressuscitar (espero que não esteja revelando algo de novo, mas se alguém não sabe o enredo de Branca de Neve, valha-me Deus!). Na verdade, o roteiro tem muitas dessas mancadas que são parcialmente compensadas pelo visual interessante, principalmente quando está em cena Charlize. Como ela é boa quando é má! Acho a moça fascinante e a grande razão de se ver o filme.
Ainda assim o diretor estreante Rupert conduz bem a narrativa, com locações em Surrey, Inglaterra e Gales, e o filme para sermos sinceros é perfeitamente assistível. A não ser pela inominável, ela lutando, querendo ser guerreira é quase tão patética quanto querendo ser vampira.