Crítica sobre o filme "Moonrise Kingdom":

Eron Duarte Fagundes
Moonrise Kingdom Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 29/10/2012

 

Definitivamente o cinema do americano Wes Andersen aborrece pelos tons forçados e falsos em busca da estranheza de seu universo cinematográfico: um Kafka mal digerido, um absurdo com gosto de leite talhado. A exceção positiva é Viagem a Darjeeling (2007), reflexivo, criativo, significativo, no acorde certo. Não é o caso de Moonrise Kingdom (2012), que vem dar a impressão de uma narrativa americana de estudada plasticidade mas visualmente morta, mofada.

Insinuando-se como um conto de fadas de uma certa afetação literária (bem no início alguém está lendo um livro do poeta inglês Shelley), Moonrise Kingdom se desenvolve sem grande brilho ou inventividade, arrastando-se entre o mundo dos escoteiros e a história sentimental de dois adolescentes esquisitos.

Há quem tenha apreciado esta fábula meio torta de Anderson. O elenco é de luxo (Bill Murray, Frances McDormand, Bruce Willis, Tilda Swinton, Harvey Keitel) mas o par central muito novo e inexperiente (Kara Hayward e Jared Gilman) é mais decorativo que funcional em cena.