Crítica sobre o filme "Até Que a Sorte nos Separe":

Eron Duarte Fagundes
Até Que a Sorte nos Separe Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 29/10/2012

Antes de mais nada, Até que a sorte nos separe (2012), filme brasileiro de Roberto Santuci que traz para o cinema os cacoetes comerciais e cênicos da televisão nacional, pretende conquistar o público do entretenimento cinematográfico puro e simples. Uma comédia tão primitiva e ingênua em suas soluções narrativas e formais que parece não conter os aludidos cacoetes da televisão contemporânea, embora em sua essência não abdique deles para expor uma linguagem de cinema travessa e inconstante. É feito especialmente para o espectador que vai ao cinema para rir das piadas mais triviais ou dos gestos mais grosseiros e primários das personagens.

No entanto, se intrometem em Até que a sorte nos separe alguns assuntos matrimoniais em que o realizador convida sua plateia televisiva e de comicidade fácil a refletir. A história dum casal jovem que ganha na loteria no início do filme, saltando quinze anos na história narrada, convive com a falência da riqueza adquirida serve para que Santuci utilize excertos melodramáticos simplórios e um pouco constrangedores em sua opção pelas risadas populares.

Enfim, nada de mais, nada de menos, uma comédia brasileira feita com os propósitos e as limitações de tantas comédias americanas que desembarcam seguidamente em nossas salas de cinema. Então, nada de errado em optar por um produto nacional que possa dar dinheiro.