Crítica sobre o filme "Alma Sem Pudor":

Rubens Ewald Filho
Alma Sem Pudor Por Rubens Ewald Filho
| Data: 04/11/2012

Não sou dos grandes admiradores do diretor Nicholas Ray, ainda mais quando estava sob as ordens da RKO, onde o dono Howard Hugues não lhe dava qualquer liberdade (parece que ele rodou um final alternativo que nem foi usado).

Baseado em romance All Kneeling de Anne Parrish, o filme é mortalmente prejudicado pela presença de Joan Fontaine (ainda viva com quase cem anos), sempre elegante mas vestindo roupas erradas que só aumentam a idade do personagem, quando o problema é justamente esse. Ela é velha demais para o papel, que necessitava alguém mais atrevida (Joan é discreta e suave mesmo quando não quer.

A sutileza não ajuda nada a fazer uma mulher fatal,que conspira e mente e engana para ficar com os dois homens. Enquanto eles não veem as qualidades da secretaria do editor e ex-noiva do milionário, que é feita pela muito bela Joan Leslie (e outra que ainda esta viva.  Joan Leslie havia sido estrela na Warner). A direção é absolutamente banal e convencional.

Sabe-se que a mesma história (que chamam de trash, mas nem isso chega a ser) ia ser feita já em 46, com Joan, Henry Fonda, John Sutton, Marsha Hunt. Foi cancelado e dois anos depois iam rodar o filme como Bed of Roses, estrelado por Barbara Bel Geddes. Mas Hughes não gostava dela e cancelou o projeto. Trailer e texto sobre Nicholas Ray.