A primeira coisa bela (La prima cosa bela; 2010), dirigido pelo italiano Paolo Virzi, é uma visão sentimental da memória de infância deflagrada pela promixidade da morte de um ente querido como tantas vezes o cinema internacional e o cinema peninsular já mostraram ao longo das décadas. E este é o problema nevrálgico do filme de Virzi: tudo o que ele diz já foi dito, e superiormente dito, o que causa um certo enfado no espectador que dá com esta crônica nada criativa do mundo familiar italiano.
Uma matrona despachada está à morte e a partir daí seus familiares, especialmente seu filho, redescobrem sua própria história ao vivenciar esta experiência final. A coisa se arrasta e nem mesmo a esfuziante interpretação duma madurona Stefania Sandrelli segura a barra narrativa; as tentativas humorísticas e eróticas do realizador, parodiando alguns mestres como Ettore Scola ou Dino Risi, são igualmente frustrantes.