Crítica sobre o filme "Walking Dead, The - 2ª Temporada Completa":

Jorge Saldanha
Walking Dead, The - 2ª Temporada Completa Por Jorge Saldanha
| Data: 09/12/2012

THE WALKING DEAD, hoje, é a maior recordista de audiência na TV paga de todos os tempos. No momento em que escrevo esta resenha a série está no intervalo de uma empolgante terceira temporada, e tudo indica que seu sucesso está longe de arrefecer. Na temporada inicial, com apenas seis episódios, fomos apresentados ao xerife Rick Grimes (Andrew Lincoln), que após ser ferido em um tiroteio acorda abandonado em um hospital e logo descobre que a sociedade desmoronou, e as ruas estão tomadas por mortos-vivos. Posteriormente ele conseguirá se reunir ao grupo de sobreviventes que inclui sua esposa Lori (Sarah Wayne Callies) e seu filho Carl (Chandler Riggs), o ex-colega Shane Wilson (Jon Bernthal), Andrea (Laurie Holden), Dale (Jeffrey DeMunn), Glenn (Steven Yeun), Merle (Michael Rooker), Daryl (Norman Reedus), T-Dog (Iron E Singleton), Carol (Melissa McBride) e Sophia (Madison Lintz). 

O início da segunda temporada encontra o grupo, após sua fuga de Atlanta, em uma estrada repleta de carros abandonados, e não demora para que surja uma imensa horda de zumbis. Em meio à luta pela sobrevivência a filha de Carol, Sophia, desaparece, e pelo menos boa parte da temporada lidará com a possibilidade da garota ainda estar viva. Carl é ferido acidentalmente por um disparo feito por um fazendeiro, que leva o grupo à propriedade rural do veterinário Hershel Greene (Scott Wilson), que tentará salvar a vida do menino. No refúgio da fazenda conhecemos os novos personagens da segunda temporada, que além de Hershel incluem suas filhas, sendo que uma delas, Maggie (Lauren Cohan), ganhará maior relevância na trama, que não pode ser mais detalhada já que isso estragaria as surpresas para quem ainda não assistiu ao programa. 

A expansão da segunda temporada para 13 episódios claramente levou a uma diminuição no ritmo da trama, com os produtores acentuando o drama e aprofundando o desenvolvimento dos personagens – afinal, apesar de os zumbis serem o aspecto mais chamativo da série (e eles fazem algumas aparições memoráveis, vide o “zumbi do poço”), é o grupo de sobreviventes e, algumas vezes, seus antagonistas humanos, que levam a série adiante. Certamente alguns aspectos de “novelão” irritaram os fãs, especialmente o que envolve a gravidez de Lori e seu triângulo amoroso com Rick e Shane. Felizmente isso é compensado pela solidez da construção narrativa, e principalmente a partir da metade final da temporada, a ação e a tensão retornam com mais força e a série exibe todas as qualidades que demonstram o porquê dela ser um dos programas mais criativos e promissores hoje em produção. 

Certamente um fator importante para isso é que Robert Kirkman, autor dos quadrinhos originais de THE WALKING DEAD, atua como produtor executivo e roteirista. Também na equipe de produção estão a veterana Gale Anne Hurd, Glen Mazzara e o mestre dos efeitos de maquiagem Greg Nicotero, que inclusive dirigiu um dos episódios. Infelizmente o produtor, roteirista e diretor Frank Darabont, que convenceu o canal pago AMC a bancar o programa, saiu da equipe ainda na primeira metade dessa temporada, devido a divergências com os dirigentes da emissora, permanecendo, no entanto, creditado até o final como produtor executivo. Felizmente, como comprova o espetacular episódio final da segunda temporada e os episódios atualmente em exibição, o restante da equipe soube manter o elevado padrão desta até então inédita, na TV, combinação de terror, ação e drama.