Crítica sobre o filme "Amor Impossível":

Rubens Ewald Filho
Amor Impossível Por Rubens Ewald Filho
| Data: 14/06/2012

O título nacional é genérico, pode servir para praticamente qualquer filme e não dá uma ideia do que é o filme. Em compensação, o original é específico demais e provoca apenas estranheza: a pesca do Salmão no Yemen (ou seja, nesse país árabe). Poderia ser muito bem o nome de um documentário e não como é na verdade, de uma comédia romântica, estranhíssima mas divertida e bem britânica, mistura de sátira social, romance, e principalmente como eles gostam de uma situação inusitada e ainda por cima autêntica.

Quem dirigiu foi o sueco Lasse Hallstrom, que tem um carreira muito versátil (estreou imaginem só dirigindo um documentário musical sobre o ABBA!) e fez filmes de prestigio como Chocolate, Regras da Vida, Gilbert Grape.

Embora atualmente tenha se perdido em filmes menores como Querido John e aquele do cachorro fiel, Sempre ao Seu Lado. Mas fez um bom e tranquilo trabalho. Este é do tipo do filme que duvido muito atraia muita gente, mas quem entrar no cinema vai gostar. Inclusive por seu simpático e atraente elenco. Ewan McGregor que está atravessando uma boa fase (muito bem em Toda forma de Amor e Os Sentidos do Amor, ainda que ambos tenham saído aqui diretos em Home Video), a bela e talentosa Emily de Diabo veste Prada e Jovem Rainha Vitória, e mais um show de Kristin Scott Thomas, fazendo outra megera, no caso a assessora de imprensa do governo britânico.

Mas o original mesmo é a trama. Há um xeique muito rico do Yemen que é um visionário e apaixonado pela pesca do Salmão. Elel planeja introduzir a pesca no seu País, apesar dele ser um deserto. Para isso é preciso construir uma represa com condições especiais já que como se sabe o salmão de forma lendária sobre o rio acima, pulando obstáculos para poder procriar.

O xeique Muhammed (feito com muita dignidade pelo ator egípcio Amr pouco conhecido, visto de passagem em Syriana e Contágio) pede a ajuda do governo mas a proposta é recebida com incredulidade pelos burocratas que a consideram absurda. Isso inclui também um funcionário Dr. Alfred Jones (Ewan) que mesmo com má vontade (ele se tornou um chato, com um casamento também burocrático) é forçado a ajudar no caso, junto com uma funcionária britânica do xeique Harriet (Emily). Todos forçados por uma ideia da assessora de imprensa do Primeiro Ministro que acha que isso será uma boa matéria para compensar as negativas com o Oriente Médio, sempre com atentados e que tais.

E assim o Dr. Alfred acaba mergulhando no projeto, na tentativa de provar que o impossível é possível. No meio do caminho também se apaixona por Harriet, que para complicar estava começando um namoro com um jovem capitão que desapareceu em plena ação, que provavelmente morreu. Ou não (Tom Mison, de Um Dia e Venus). E naturalmente o xeique tem seus inimigos e opositores. Baseado em livro de Paul Torday, o script foi escrito por Simon Beaufoy (que ganhou o Oscar por Quem Quer Ser Um Milionário e concorreu também por 127 horas, e Ou Tudo Ou Nada).