O Blu-ray de E.T. - O EXTRATERRESTRE é mais um lançamento comemorativo da Universal, e não apenas dos 100 anos do estúdio, mas também dos 30 anos de lançamento do filme. Infelizmente, em termos de embalagem, ele não recebeu por aqui o mesmo tratamento dado a TUBARÃO, também do diretor Steven Spielberg. Assim, o nosso estojo HD Case duplo ganhou uma luva de cartolina plastificada (pelo menos isso), mas o livreto da edição norte-americana, similar ao de TUBARÃO, foi excluído. Acompanha o BD a versão em DVD (estranhamente não creditada na embalagem), cujo disco também inclui a cópia digital do filme - para mim, ambas dispensáveis (sugestão: se você tem o DVD com a versão dos 20 anos, faça uma “gambiarra”). Pelo menos no conteúdo, o BD nacional é idêntico ao norte-americano, com a vantagem de ter legendas e dublagem em português.
Apesar de E.T. não ter recebido uma nova restauração quadro a quadro, nos moldes da que foi feita no já citado TUBARÃO, nota-se que a remasterização, a partir dos elementos originais em 35MM, foi caprichada. A transferência 1080p/AVC MPEG-4, na proporção original de tela 1.85:1, mostra uma imagem livre de imperfeições e que impressiona pela nitidez e elevado detalhamento. O nível de preto é sólido, os tons de pele são realistas e a paleta de cores é quase sempre vibrante. A granulação fílmica original foi preservada (em algumas cenas até um pouco acima do desejável), o que indica a inexistência do nefando DNR. No entanto a nova transferência em alta definição ressalta os recortes nas cenas de efeitos visuais, e em alguns momentos as montagens ficaram bem ruins. Mas não dá para esquecer que está sendo aqui preservada a apresentação original do filme, com todas as suas qualidades e defeitos – e que se não é tão impressionante quando a de TUBARÃO, indiscutivelmente é a melhor que E.T. já recebeu em qualquer formato.
Dentre as opções de áudio disponíveis, o destaque sem dúvida é a faixa sem perdas DTS-HD Master Audio 7.1 original em inglês. Ela beneficia a icônica trilha sonora de John Williams, ainda que em momentos mais sutis (como nas cenas iniciais na floresta) tive de aumentar o volume do meu receiver, já que aparentemente a música foi mixada em um nível menor que o desejado. Além disso, até por ser uma mixagem com oito canais, ela não impressiona tanto como deveria, por originar-se de um upscale da antiga mixagem original Dolby com dois canais. Os diálogos sempre soam claros a partir do canal central, e as caixas surround são bem empregadas para reproduzir efeitos direcionais intensos ou mais ambientais, como os dos E.T.s explorando a floresta. Aqui boa parte da mixagem parece inicialmente estar adstrita ao canal central, porém quando os veículos dos humanos irrompem, surpreendendo os alienígenas, o palco sonoro se expande e envolve o espectador. O subwoofer é utilizado modestamente, destacando-se em algumas sequências, como a da decolagem da espaçonave. Adicionalmente temos a mixagem original do cinema, em DTS 2.0, e, entre outras, dublagens em português e espanhol, mesmos idiomas dos menus e legendas.