Crítica sobre o filme "Catedral, A":

Eron Duarte Fagundes
Catedral, A Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 30/11/2012

O italiano Michele Soavi é um dos nomes mais referidos quando se pensa no cinema de horror italiano. Juntamente com Dario Argento, Lucio Fulci e Mario Bava, Soavi não deixa ter sua horda de olhos seguidores. A catedral (La chiesa; 1988), lançado agora em dvd, permite reanimar a discussão em torno da importância do horror peninsular e deste realizador em especial.

A produção meio subterrânea de A catedral, com sua dose de hipnose visual pelo baixo e mal filmado, contém seus atrativos formais, mas a narrativa de Soavi é desastrada. O próprio roteiro, assinado por Argento, expõe uma idiotice exemplar, forçando a barra dum susto cinematográfico que jamais chega a concretizar-se. É uma historieta para cérebros muito primários; uma pré-narrativa, um ensaio disforme sobre o horror. Para o cinéfilo, pode ter seu charme de aprendizado no erro, eu nos muitos erros. Para o observador que busca no cinema algum deleite, uma experiência frustrante.

Tergiversando sobre o mal, A catedral é uma grotesca sombra duma possível imitação do cinema americano de horror que então se fazia. Um gótico em ruínas, um conto que sai dos trilhos sem topar seus próprios trilhos.