Crítica sobre o filme "Lado Bom da Vida, O":

Rubens Ewald Filho
Lado Bom da Vida, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/01/2013

Comédia romântica não é o gênero favorito da Academia. Acho que desde Shakespeare Apaixonado um filme do gênero não leva o Oscar. Mas como sempre este filme é dos Weinstein que estão promovendo um grande barulho em torno dele. É "rom com", como dizem os americanos, mas totalmente original e surpreendente e com duas interpretações surpreendentes, Jennifer Lawrence (que está excelente, se firmando como a melhor atriz de sua geração e de Bradley Cooper, de quem a gente não imaginar possível.

Mas acreditem, ele está convincente e seguro no papel difícil de um sujeito que está num hospital onde afirmam que é bipolar. Mas o coitado luta para sair de lá, atormentado por efeitos de remédios e a crise que teve quando descobriu que a mulher era infiel. Agora está de volta em casa, mas nada é muito confiável  nem o pai que virou bookmaker (a melhor interpretação de Robert De Niro nos últimos dez anos ao menos), a mãe que está perdida (chamaram aquela atriz australiana que foi indicada ao Oscar faz dois anos, Jackie Weaver) e um amigo que ainda esta pior do que ele fugindo toda hora do sanatório (outro retorno no caso de Chris Tucker que andava sumido e da conta do recado). A situação está preta para Pat quando ele conhece Tiffany (Jennifer) que o deixa ainda pior, mais confuso. Ela e viúva e não pode ser chamada de normal. Os dois brigam muito e acabam por ensaiar uma danca que eventualmente sera o clímax da parte final.

Dirigido por David O. Russell (Três Reis, O Lutador), com muita câmera na mão perseguindo os personagens (que correm muito), cenas que dão a impressão de improviso e naturalidade, sem dúvida, um pouco caótico e também no gênero totalmente fora do comum.

Russell, até pouco tempo, tinha fama de ser chato e briguento, mas está se refazendo (parte disso poderia ser explicado por ter um filho doente que, aliás, faz uma ponta como o vizinho que toca a campainha toda hora).

Seus novos trabalhos tem vitalidade, energia, humor e deixam os atores em incrível forma. Aliás, uma vez o título nacional é muito bom, até poético. Da safra deste ano é dos melhores.