Quando ficou viúvo da atriz Natasha Richardson (ela sofreu acidente de esqui), inconsolável, Liam Neeson resolveu aceitar todas as ofertas que recebeu, tentando se ocupar o máximo possível. Curiosamente, a maior parte desses filmes, são produções de ação feitas na Europa para o produtor Luc Besson que o transformou (mesmo aos 60 anos) como atração de bilheteria.
Como no caso desta Busca Implacável 2, que conseguiu quase 50 milhões de renda em seu primeiro fim de semana nos Estados Unidos! Um ótimo resultado se considerando que é uma continuação sem grandes méritos, apenas mais um filmezinho B.
Por alguma razão, o filme original agradou o público, que se identificou com o protagonista, um ex-agente da CIA aposentado Bryan Mills, que conseguiu falar com a filha pouco antes dela ser sequestrada para ser prostituta (não sabiam da identidade dela). Todo o primeiro filme foi uma denúncia do tráfico de escravas brancas, bastante movimentada, mas sem maiores sutilezas.
Nesta continuação, Mills (Neeson) está em Los Angeles zelando agora mais perto pela vida e saúde da filha, ciumento de seu novo namoro e ainda interferindo na vida da ex-mulher (a sempre interessante Famke Janssen, que andava sumida). Como ele tem serviço na Europa, mais propriamente em Istambul, as duas acabam se encontrando com ele e por falta de sorte, acabam sendo vítimas da vingança do pai do bandido do filme anterior.
Depois de uns 20 minutos, um começo meio devagar, que apenas vai criando clima de suspense, o filme se torna uma única perseguição, no estilo Bourne. Como a cidade é fotogênica, Besson se aproveita dela, das ruas estreitas e becos, dos telhados e hotéis, para fazer uma espécie de filme expresso: novamente Neeson pega os bandidos na botija, ou seja, consegue se comunicar com as duas mulheres, tornando a perseguição mais interessante. Quase como um episódio de serie de TV, só que com um orçamento melhor e muitos stunts (tem trombada com trem, invasão da embaixada americana, brincadeira com a filha não conseguir tirar sua licença de dirigir etc e tal).
Está longe de ser um clássico, mas Neeson tem firmeza e confiabilidade, é um ator às antigas, com jeitão de John Wayne (e isso é muito raro hoje em dia). E o público gosta dele e consome sem reclamar um filme de perseguição básico.