Crítica sobre o filme "Colegas":

Rubens Ewald Filho
Colegas Por Rubens Ewald Filho
| Data: 01/03/2013

Uma capa na Vejinha foi o suficiente para provocar uma grande reação do publico saudando este filme que foi o grande vencedor do ultimo Festival de Gramado. Na verdade, quem assisti-lo com uma plateia lotada vai sentir como o publico reage se diverte, e se emociona com este trabalho que o diretor Marcelo Galvão levou anos para conseguir realizar. Parece incrível mas ele procurou financiamento para o projeto em todos os lugares, até mesmo no exterior, sendo sempre rejeitado. Mas ele tinha um compromisso com os jovens que iriam estrelar o filme, Ariel e sua esposa Rita e o amigo Breno e fez tudo para cumpri-lo. Os três são portadores da Síndrome de Down, o que em certos ambientes ainda podem provocar certo preconceito (felizmente em outros muita simpatia, basta ter contato com um deles para se entender porque. Eles são extremamente sinceros e afetuosos, fácil de se gostar). Mesmo no cinema, tem aparecido raramente (como no belga, O Oitavo Dia (96), de Jaco Von Dormael, com Daniel Auteil e o Pascal Duquenne (portador da Síndrome) ganharam empatados o premio de melhor ator no Festival).

Marcelo que conhecia o problema porque tem um tio assim, já tem bastante experiência no cinema (5 longas, entre eles Quarta B, Rinha, Bellini e o Demonio) e durante anos se dedicou a conseguir completar o filme (sendo ajudado pelo Polo de Paulinia, depois de ganhar um premio de roteiro). Foi quando conheci o texto e entendi o desafio, ele quis realizar antes de tudo uma fantasia, uma alegoria pelo ponto de vista dos três heróis, que vivem numa espécie de clinica e sonham em fugir de lá e partir para uma grande aventura. Em tom de comédia, não sofisticada, mas captando o lado ingênuo e um pouco teatro juvenil que a ação exige (e que chega a leva-los a Buenos Aires). Foi uma boa sacada do próprio ator Ariel essa ideia de fazer a chamada no You Tube chamando Sean Penn para vir assistir o filme, porque assim chamaram a atenção para o filme e sua proposta. Tomara que consigam atingir o publico direto no coração e respondam a demanda dos brasileiros que sempre pediam uma comédia diferente e original. Aqui está a alternativa. Sem discursos, com humor.