Crítica sobre o filme "Frankenweenie":

Fernando Reis Coelho
Frankenweenie Por Fernando Reis Coelho
| Data: 09/11/2012

Que as animações não feitas para crianças ultimamente vêm surpreendendo isso é fato, afinal o ganhador desse ano do Oscar já foi desse estilo, mas não esperava que fosse sair do cinema apaixonado após ver Frankenweenie. Tim Burton se superou ao fazer uma animação no melhor estilo seu em preto e branco e colocar ainda por cima um 3D de perspectiva perfeito. Aliás essas palavras perfeito, perfeição são as que mais se encaixam para falar de tudo nesse longa, pois é muito bom mesmo.

O filme nos mostra que depois de perder, inesperadamente, seu adorado cão Sparky, o jovem Victor Frankenstein usa o poder da ciência para trazer de volta à vida seu melhor amigo - com apenas alguns pequenos ajustes. Ele tenta esconder sua criação feita à mão, mas, quando Sparky sai, os colegas de sala de Victor, seus professores e toda a cidade aprendem que tentar “dominar a vida” pode ser algo monstruoso.

A história em si já é fascinante pela quantidade de referências aos filmes antigos que Tim Burton nos mostra, mas colocado em stop-motion com seus personagens no seu melhor estilo, aliado a uma fotografia em preto e branco com sombras, nuances e perspectivas perfeitas foi querer demais para esse coração, para completar ainda bota a cara a tapa colocando o longa em 3D, onde temos uma profundidade show (claro nas cenas que contém, afinal não está presente no longa todo) foi algo que não poderia esperar nem em sonho um longa assim. Muitos vão falar que ele já tinha feito o longa no formato curta e tal, mas os complementos colocados para alongar o filme para 87 minutos o deixaram mais perfeitos ainda sem estragar história nem enrolar, tudo caiu muito bem.

Os personagens são todos muito bem feitos e interessantes, mas os destaques de personificação ficam para o gato e sua dona, que espantariam qualquer um, o professor de ciências Rzykruski que é assombroso, mas muito bem interessante e a voz de Martin Landau caiu perfeito para ele. Dai em questão de movimentos, claro ficam para os dois protagonistas Sparky e Victor que o mestre Tim Burton os faz numa naturalidade que parecem reais ou computadorizados e não bonecos, e isso é genial. No geral todos os personagens são muito interessantes e a maioria remetem à homenagens aos personagens de filmes antigos, então tudo está muito bom.

A realidade dos cenários é outra chave interessante do filme, temos diversos elementos cênicos usados a todo momento para dificultar mais ainda o longa, e mostrar, sim somos os melhores em stop-motion, e chega a  ser apaixonante, acho que se um dia eu entrar num set desses de stop-motion tão perfeitos como são os de Tim Burton capaz de não sobreviver ao infarte e necessitarei de um Victor Frankestein para reviver. As sombras e nuances captadas em preto e branco pela equipe de fotografia é outro espetáculo a parte, você enxerga tudo com uma nitidez impressionante para uma animação, é algo irreal como só tinha visto anteriormente no outro longa do Tim Noiva Cadáver, o qual muito dos personagens desse novo se parecem.

O 3D foi bem usado nas cenas que contém, afinal como todos sabemos nenhum filme ainda conteve 100% do longa com
profundidade/perspectiva/efeitos voadores em 3D. Mas o uso aqui é notável em bastante cenas, pois além de ser notável pela profundidade de campo que se tinha, era só tirar o óculos e ver borrões diversas vezes.

Enfim, um longa maravilhoso que deve ser visto e revisto, e mais um na minha lista de desejos para ter em casa, pois perfeição tem de ser guardada. Não é um filme recomendado para crianças, afinal é bem pesado na carga de terror, então crianças não irão entender naturalmente, mas as mais avançadinhas, os pais podem levar para se divertir junto, pois tirando as crianças novinhas recomendo para todos por demais.