Crítica sobre o filme "Arte da Conquista, A":

Rubens Ewald Filho
Arte da Conquista, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 26/07/2012

Adiado muitas vezes, é uma pena que este divertido filme sobre a adolescência corra o risco de passar desapercebido nesta temporada de blockbusters. Mas faço o que posso, e recomendo este filme de estreia de um diretor roteirista promissor, que escolheu o ator certo para protagonista: o magrinho, simpático e talentoso britânico Freddie Highmore, que até agora tem sido visto ainda como infantil em filmes como Em Busca da Terra do Nunca, O Som do Coração, A Fantástica Fábrica de Chocolates, Crônicas de Spiderwick, a série de longas Arthur.

Nem parece, mas ele já tem 20 anos, e faz o protagonista George, um adolescente que narra a história confusa e infeliz (como todo adolescente se acha) de como é ser o nerd de sua classe numa escola em Nova York, sempre fazendo tudo errado, embora seja inteligente e até atraente. Está sempre sendo castigado e corre mesmo o risco de não se formar no fim do ano (nem por isso, prefere levar a culpa por estar fumando para salvar a garota de quem gosta, feita por Emma Roberts, a já veterana sobrinha de Julia Roberts, que tem aqui a melhor interpretação de sua carreira).

A ideia central não é nada original, e certamente já serviu para mais de um filme, se não me engano o europeu Nouvelle Vague. Inseguro, ele se aproxima de um rapaz mais velho que saiu da mesma escola (Angarano, visto recentemente em A Toda Prova (Haywire) de quem fica amigo e ouve conselhos, já que o outro está fazendo uma promissora carreira como artista plástico.

Além de correr o risco de ser seriamente magoado por esse sujeito, George tem ainda o problema da família, que está desmoronando. Já descobriu que o padrasto, mais velho, perdeu o emprego e vive perambulando pelas ruas sem eira nem beira, enquanto em casa correm o risco de tudo perder (a mãe é feita por Rita Wilson, eficiente Sra. Tom Hanks).

Não quero revelar mais a não ser que o filme é romântico, mostra o rito de passagem para maior maturidade, é divertido, inteligente e muito bem interpretado por um elenco curioso, que traz a filha de Steven Spielberg, Sasha (que tem uma figura diferente e faz a melhor amiga de Emma), Alicia Silverstone como professora (a reconheci por continuar com os trejeitos na boca), Blair Underwood (atualmente na Broadway com Um Bonde Chamado Desejo) como o diretor da escola. Experimentem.