Lançado no exterior pela Lionsgate, que não possui distribuição própria no Brasil, era fatal que DREDD – O JUIZ DO APOCALIPSE chegasse aqui através de uma distribuidora independente. Assim, a Paris lançou (mal) o filme em nossos cinemas e manteve o padrão (baixo) dos títulos em Blu-ray que chegam aqui pelas “nanicas”. Assim, para começar ela optou por lançar as versões 2D e 3D e um único disco, de modo similar ao BD norte-americano – a diferença, contudo, é que lá foi empregado um BD de camada dupla (50Gb), com espaço suficiente para incluir uma poderosa faixa de áudio lossless DTS-HD MA 7.1 (otimizada para o sistema Neo:X 11.1) e alguns extras. Já a nossa Paris Filmes conseguiu enfiar as transfers 1080p 2D e 3D (respectivamente AVC MPEG-4 e MVC MPEG-4) em um BD de camada simples (25Gb). Assim, como milagre só quem faz é Deus, para não comprometer demasiadamente a qualidade do vídeo com compressão excessiva, a faixa lossless recebeu um downgrade para 5.1, e os extras foram simplesmente eliminados.
Do lado positivo, contatamos que o AR original da tela, 2.40:1, foi mantido em nossa edição. Também no bitrate médio, que na edição norte-americana é de aproximadamente 27,5 Mbps, não houve grandes diferenças em relação ao nosso BD – pelos meus cálculos, ele é de 25,5 / 26 Mbps. A imagem, tanto em 2D como em 3D, em princípio não poderá agradar, já que não se caracteriza por cores vivas ou alto detalhamento constante. Contudo, o que vemos no Blu-ray é reflexo das opções estilísticas do diretor Pete Travis e do seu diretor de fotografia Anthony Dod Mantle, que optam pela predominância dos tons esverdeados e uma ambientação por vezes surreal, embaçada. Mas isso não impede que os detalhes finos, na maior parte do tempo, sejam muito bons. O maior problema da imagem de DREDD é o acentuado ruído digital perceptível em determinadas cenas escuras. Deduzo que se trata de um problema específico com uma das câmeras digitais empregadas nas filmagens, já que outras cenas similares não apresentam esse problema.
Especificamente quanto à imagem 3D, o esquema de cores predominantemente monocromático não ajuda a acentuar a profundidade, e o que temos na maior parte do tempo é uma experiência sutil. As coisas melhoram nas sequências “Slo-Mo”, onde as cores são vivas, realçando o sangue que espirra dos ferimentos causados por balas que destroçam os corpos dos personagens. Quando assisti pela primeira vez DREDD em 2D, achei que o efeito dessas cenas em 3D seria nada menos que espetacular; no entanto, exceto por alguns momentos onde o sangue ou as balas voam em direção ao espectador, também achei que a profundidade deixou a desejar.
Já o áudio DTS-HD Master Audio 5.1 em inglês, apesar de ter perdido alguns canais em nossa mixagem, é dinâmico e envolvente, especialmente durante os (muitos) tiroteios do filme. Os graves são fortes, e os canais surround envolvem o ouvinte com eficazes efeitos direcionais. Mesmo nos momentos mais barulhentos os diálogos sempre soam claros, e a fidelidade geral é elevada. Fosse essa uma faixa lossless nativa 5.1 ela mereceria uma avaliação superior da minha parte, porém sabendo que ela é fruto de um downgrade de uma faixa de referência 7.1, sou obrigado a tirar pelo menos um ponto de sua nota. Mas reconheço que poderia ser pior caso o filme fosse lançado aqui pela Imagem, que adora substituir as faixas lossless DTS-HD MA por DTS-HR (lossy). Além do áudio DTS-HD-MA temos disponível uma dublagem em português Dolby Digital 5.1. As legendas disponíveis são português e inglês, e os menus simples, que oferecem as opções básicas de navegação e configuração, estão em português.