Não sei se ainda existe um publico que aprecia finais confusos daqueles que a gente sai discutindo: o que foi que sucedeu mesmo? Será que é tal coisa? Ou alguém tem uma explicação melhor. É um ficção não tão cientifica mas tampouco muito original. É um daqueles filmes post-apocalípticos que se passam na Terra depois de uma guerra esquisita, quando teríamos sido invadidos por alienígenas. E embora tenhamos ganho a guerra e eles terem sido expulsos, o planeta foi danificado e transformado em grande deserto. No fundo, é uma daquelas historias de um único sobrevivente e quase o ultimo humano na face da Terra, voando naves ultra modernas e as hoje famosas naves não pilotadas, os drones. O filme é no estilo do clássico Corrida Silenciosa ou Robinson Crusoe em Marte e numa situação dessas não ha muitas alternativas dramáticas, certamente haverá alguma forma humana solta pelo deserto, algum vilão a culpar e assim por diante.
O maior prazer do filme é assisti-lo numa tela Imax (ate porque foi rodado com novo sistema digital câmera CineAlta F65!). Tudo melhora com a nitidez e o excelente sistema de som e projeção. Mas para suportar o filme é preciso ainda gostar de Tom Cruise (aos 50 anos, esta muito bem conservado só piorou como ator. Tem uma única expressão o filme todo e quando tem que passar medo ou surpresa, raiva ou paixão, é sempre a mesma cara. De uma constrangedora falta de versatilidade!). Não gosto de não batizarem o filme no Brasil (veja a falta de lógica: cada vez mais os filmes são dublados para o português mas ainda assim insistem em por um nome incompreensível para noventa por cento da platéia. Alias este é daqueles que devia vir com um folheto explicativo inclusive falando que Oblivion seria Esquecimento).
Parece que a origem do projeto esta numa sinopse que Kosinski escreveu em 2007 para virar “graphic novel” (que foi guardada só para sair agora junto com o filme que por sinal estréia simultaneamente com os EUA). Jessica Chastain foi escalada para o papel central de Julia mas estava com outros projetos e em seu lugar entrou a Bond Girl Olga Kurylenko (que esta por demais parecida com Catherine Zeta Jones!). Como a companheira do herói chamaram uma inglesa, Andrea Riseborough que estrelou W.E. O Romance do Século, dirigido por Madonna.
Enfim, Cruise faz Jack, que é um piloto que faz parte dos últimos humanos ainda na Terra e que trabalha para uma grande companhia mineradora (ah, curioso é o fato de que a Lua terrestre foi destruída, ao que parece por ETs e em conseqüência disso o planeta foi destruído por tsunamis e terremotos. Ele vive numa modernosa e luxuosa casa suspensa no céu (o filme acaba lembrando bastante o Wall-E e a casa um pouco até um pouco Up). E ajudado por drones, monitorado por sua companheira e parceira Victoria (Andrea) ele viaja resolvendo problemas, enfrentando saqueadores e de vez em quando descobrindo livros! Ele também é o narrador da historia e desde o começo tem um sonho com outra mulher em Nova York, no alto do Empire State. Então espere por mudanças, ainda que elas sejam clichês e eu não possa ficar comentando muito sob pena de estragar qualquer possível surpresa.
Basta dizer que eu achei tudo meio óbvio, com alguma (mas podia ter mais) ação e truques do gênero (clones e traições) e um final confuso. Como as pessoas tem medo e preguiça de pensar, acho que o titulo do filme é profético: é muito capaz que caia mesmo no “oblivion”.