Crítica sobre o filme "Mama":

Rubens Ewald Filho
Mama Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/04/2013
O atual prestigio da atriz Jessica Chastain pode ajudar este filme de terror europeu (embora rodado no Canadá), traz as digitais de um espanhol e do gênero que vem se desenvolvendo por lá. O diretor é estreante em longa, já que se trata aqui de uma expansão de um curta homônimo (na verdade com acento, Mamá) que ele realizou em 2008 e que durava apenas 3 minutos. Certamente De Toro gostou e resolveu bancar o projeto.  E o resultado foi bem de bilheteria nos EUA: para um orçamento de 15 milhões já rendeu mais de 70 milhões. 
 
Nunca escondi que não gosto de Jessica, que apesar de ser candidata a Oscars nos 2 últimos anos ainda não me convenceu. Ate prova ao contrario me parece uma daquelas invenções sazonais que Hollywood nos faz passar. Aqui, com uma ridícula peruca curta e mal arranjada, esconde seu cabelo  ruivo mas não que é careteira e não sabe dosar ainda a intensidade de uma performance.
 
Mas a seu favor fora o prestigio de Del Toro que o levou a festivais (ganhou o Fantasporto de Portugal, Gérardmer e levou premio de diretor revelação em Palm Springs) tem um trailer muito sugestivo e uma idéia bem interessante. É verdade que acaba enveredando por uma fantasia duvidosa, com efeitos especiais digitais banais (que parecem saído de João e Maria!). Mas ainda assim, só o fato que estou escrevendo sobre ela já demonstra que é acima da média do gênero.
 
Começa com um prólogo quando um pai devastado por dividas e problemas leva suas duas filhas pequenas para uma região nevada onde elas são salvas por uma espécie de espírito maligno (que vemos mal porque assistimos tudo pelo ponto de vista da menina menor que só consegue enxergar direito quanto esta de óculos!). Jessica é a tia dessas crianças- enquanto o marido é escritor que tem o direito exclusivo de estudá-las-  que são descobertas vivendo no meio da floresta, tendo regredido ao estado de selvageria como se fossem “meninas lobo”, procurando lhes dar uma vida normal. O que é muito difícil de acontecer porque o espectador começa a perceber a presença misteriosa de um vulto que parece ser um tipo de fantasma, perturbador e vingativo. O filme foi bem louvado pela critica porque não ser excessivamente explicito, por sugerir mais do que mostrar (como os antigos de Val Lewton mas lembrando também os filmes de terror japoneses) mesmo tendo sua dose de insetos gigantescos , aranhas e mariposas. Um detalhe quem faz o marido e o irmão dele que vai matar as crianças é o ator dinamarquês que estrelou o talentoso Headhunters e Game of Thrones
 
Talvez a trilha musical seja um pouco óbvia demais e já disse que me desagradou a conclusão fantasiosa. Ainda assim este terror merece ser conferido pelos fãs do gênero.