Este combo com dois blu-rays de ALÉM DA ESCURIDÃO – STAR TREK, condicionados em um estojo Amaray HD envolto por uma luva com efeito metalizado (bonita mas que perde para a luva lenticular da edição norte-americana), inclui as versões normal e 3D do filme, que foi rodado nativamente em 2D e convertido posteriormente. Abrams, que se opusera a lançar o filme de 2009 em 3D, dessa vez rendeu-se aos apelos da Paramount, e o resultado é uma conversão que, se não é excepcional, fica no mínimo acima da média. Nota-se que boa parte das cenas foi criada tendo em mente o 3D, e se os efeitos pop-up são poucos, pelo menos durante a maior parte do tempo temos um senso de profundidade consistente – ainda que obviamente meu equipamento doméstico não propicie o impacto da sala IMAX na qual assisti o longa pela primeira vez.
A perseguição no planeta Nibiru, vista na cena de abertura, utiliza o 3D de forma efetiva, com flechas voando na direção do espectador e uma vertiginosa queda de um penhasco em direção do mar. Apesar de as cenas com atores não terem sido rodadas no sistema, a maior parte (se não todas) as que empregam efeitos CGI foram criadas em 3D, como as daEnterprise entrando em dobra, e a melhor sequência de todas – o vôo em trajes espaciais de Kirk (Chris Pine) e Khan (Benedict Cumberbatch) rumo à nave Vengeance, desviando dos destroços espaciais que vão surgindo em seu caminho. Ironicamente, os tão criticados reflexos nas lentes empregados por Abrams criam um interessante efeito.
Em 3D, o filme recebeu uma muito boa transferência 1080p/MVC MPEG-4 que mantém o AR original 2.40:1, mas que se comparada à excelente 1080p/AVC MPEG-4 da versão 2D, é menos granulada e, na mesma proporção, perde em nível de detalhamento. Na transfer 2D, detalhes faciais, texturas de uniformes e imperfeições nos cascos das naves são reproduzidos com fidelidade impressionante. Ela também é superior no que se refere aos níveis de preto, simplesmente soberbos nas cenas espaciais, e na reprodução das cores, por vezes deslumbrantes e sempre reproduzidas com consistência e firmeza – no caso dos tons de pele, eles sempre são naturais.
Independentemente da versão do filme que você assista, ele será acompanhado por uma faixa de áudio original em inglês Dolby TrueHD 7.1 que é espetacular. Ela possui todas as características de uma mixagem lossless de referência – poderosa, por vezes bombástica e com graves arrasadores, mas que nas cenas mais calmas cria uma ambientação imersiva. O sound design é extremamente dinâmico, com uma grande variedade de efeitos sonoros enriquecendo a atividade surround. A fidelidade geral é elevada, com diálogos sempre ouvidos claramente e a onipresente trilha sonora de Michael Giacchino soando de forma cristalina e envolvente. É das melhores faixas 7.1 que já ouvi, e o fato dela ser Dolby TrueHD comprova que o DTS-HD Master Audio tornou-se o preferido na maioria dos BDs por outras razões que não a qualidade sonora. As opções de dublagem incluem também faixas lossy Dolby Digital 5.1 em português, espanhol e francês, mesmas opções de idiomas das legendas disponíveis. Os menus principal (animado) e pop-up estão apenas em inglês.