Crítica sobre o filme "Guerra Mundial Z":

Jorge Saldanha
Guerra Mundial Z Por Jorge Saldanha
| Data: 01/11/2013

GUERRA MUNDIAL Z é o mais recente título a da onda de zumbis que invade o cinema e a TV, porém trazendo algumas peculiaridades que o diferenciam. Para começar, é um blockbuster que teve um custo final estimado em inflados Us$ 200 milhões, produzido e estrelado pelo superastro Brad Pitt. Como se isso não bastasse, ele evita a maior parte das “podreiras” que normalmente caracterizam o gênero, colocando-se em um patamar mais próximo ao dos thrillers, filmes-catástrofe e de ação. 

O roteiro, co-escrito por J. Michael Straczynski (criador da série sci-fi BABYLON 5) e Matthew Michael Carnahan, é (vagamente) baseado no livro homônimo de Max Brooks, batizado no Brasil como Guia de Sobrevivência a Zumbis, e acompanha as viagens do personagem de Pitt ao redor do mundo em sua busca desesperada pela cura da epidemia que está transformando os seres humanos em mortos-vivos “turbinados” (além de velozes, eles agem como um coletivo de insetos). A direção ficou a cargo do alemão Marc Forster (007 – QUANTUM OF SOLACE), que durante as filmagens se desentendeu com o astro / produtor. A crise, alimentada por problemas nas locações e o estouro do orçamento, provocou mudanças na equipe, como a substituição do diretor de fotografia Robert Richardson por Ben Seresin, e culminou com o afastamento de Forster da pós-produção. Nela, Brad Pitt alterou radicalmente a montagem final, o que levou, entre outras coisas, à quase eliminação do personagem de Matthew Fox (LOST), que em suas quase imperceptíveis aparições está irreconhecível e não fala nada.

Além disso, para evitar um estouro ainda maior do orçamento, Pitt decidiu mudar todo o terceiro ato do filme, e convocou os roteiristas Damon Lindelof e Drew Goddard para escrever o novo final passado no laboratório W.H.O. de Cardiff. Graças à troca de um final em larga escala na Rússia, similar à empolgante sequência do ataque em Israel, é em seu epílogo, ambientado em um espaço confinado, que GUERRA MUNDIAL Z mais se aproxima de um filme de zumbis tradicional, onde a ação e o espetáculo cedem lugar ao terror e ao suspense. Surpreendentemente, em uma completa reversão de expectativas tendo em vista todos os contratempos que afetaram a produção, e em que pese terem permanecido alguns problemas narrativos, o filme tornou-se um sucesso de público e de crítica que abriu espaço para que a Paramount autorizasse a realização de uma trilogia.