Crítica sobre o filme "Turbo":

Rubens Ewald Filho
Turbo Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/07/2013
Coincidência ou não em Universidade Monstros havia um caracol lerdo que tenta chegar as aulas e que ganha a honra de ter para si a piadinha final. Pois agora dois irmãos caracóis de jardim são os heróis desta nova animação da Dreamworks que chega simultaneamente com os EUA também em 3D. O diretor do filme Soren não tem grandes credenciais, fez apenas o curto Madly Madagascar, 09, foi do departamento de animação em Shrek, Espanta Tubarões, Os Sem Floresta.  Mas tem um bom resultado aqui  principalmente na primeira metade que é ágil, criativa e bastante divertida. Dá uma escorregada no meio - no segundo ato - quando tem a necessidade de apresentar novos personagens, que são muitos (e ao contrario de Carros, não são de elite ou vintage ou caipiras, são “blue collar” mesmo, trabalhadores nada sofisticados, de origem latina, simplesmente populares como manicure e donos de lanchonete mexicana falida!). Felizmente o filme toma prumo de novo, apesar do final previsível (mas nem por isso deixa de ser emocionante).
 
Toda a historia é baseada na ironia do caracol  andar muito mas muito devagar (não confundir com lesma também lenta, este aqui anda devagar com sua casa nas costas. Estranhamente fazem pouquíssimas piadas com o  fato dele ser gosmento, o que poderia render boas piadas e menos ainda, nenhuma de fato com o hábito francês de usar uma espécie deles como delicada, elegante e cara comida de bistrô). Pois este caracol apelidado Turbo adora corridas de automóveis mais particularmente as de Indianápolis onde participa seu ídolo francês Guy Gagné que ele admira pela televisão. Numa sucessão curiosa de incidentes, Turbo cai num carro turbinado /envenenado durante um racha e acidentalmente se torna incrivelmente veloz, a ponto de querer participar da competição (ele corre por seus próprios meios não num carro!). E daí já se sabe o que vai rolar. 
 
Parece que o diretor teve mais tempo na primeira parte para construir planos mais elaborados e bonitos, apresentando o jardim onde os caracóis vivem colhendo tomates, ocasionalmente levados por corvos e outros pássaros e atazanados pelo filho da família (que os esmaga com seu carrinho). Outros caracóis irão aparecer na segunda parte quando eles compensarão sua falta de velocidade com outras habilidades e terão o patrocínio cheio de boa vontade do rapaz latino. Soren conta que submeteu a idéia há dez anos atrás quando estava influenciado pelos carrinhos dos filhos e um jardim com excesso de caracóis. Cinco anos após o projeto foi retomado. E tem tudo para ser um sucesso.  Principalmente entre os meninos, que vão vibrar com o filme.