O Blu-ray de O HOMEM DE AÇO chega ao nosso mercado em versão 2D simples, e neste combo 2D+3D com dois BDs, no qual o estojo plástico é envolto por uma luva lenticular. Em sua versão normal, a primorosa transferência 1080p/AVC MPEG-4, na proporção de tela 2.40:1, reproduz de forma fiel a concepção visual de Snyder. Rodado com uma combinação de câmeras 35mm e Red Epic, o longa traz uma fina e consistente camada de granulação do início ao fim. Os tons de cores da estilizada imagem são discretos, dando à aventura um tom mais sombrio e documental. De modo geral o nível de detalhes é elevado, permitindo que vejamos as mínimas nuances em edifícios, espaçonaves, veículos, rostos e vestuário, especialmente dos trajes kriptonianos. O contraste é elevado, a imagem é clara e os pretos são sólidos, preservando grande shadow detail.
O HOMEM DE AÇO não foi rodado em 3D e nem pensado para ser adaptado na pós-produção, e por isso mesmo esta pode ser considerada uma das melhores conversões recentes ao formato. Dispensável sim, mas a profundidade é convincente (em seus melhores momentos ninguém dirá que o filme não é 3D nativo). O realismo nas cenas iniciais em Kripton e no ataque a Metrópolis impressiona, porém o desfrute da experiência e dos detalhes do que vemos é prejudicado pela edição rápida (muitas vezes frenética). Ironicamente, constata-se que os embates muitas vezes caóticos entre kriptonianos se beneficiariam com as habituais tomadas em câmera lenta de Snyder, aqui completamente ausentes. O nível de detalhes é muito bom, porém em comparação com atransfer 2D é fácil notarmos a claridade e contraste menores. Por sua vez, temos uma experiência 3D natural, que se beneficia com a ausência (pelo menos até onde pude perceber) de subprodutos digitais como aliasing, crosstalk e ghosting.
Agora, se há algo neste Blu-ray de O HOMEM DE AÇO que realmente me impressionou, foi sua faixa original em inglês DTS-HD Master 7.1. Em um início até discreto, ouvimos os primeiros acordes do contemplativo tema de Hans Zimmer, porém não demora muito para que uma percussiva muralha de sons, um verdadeiro “tsunami sonoro”, avance em nossa direção. A potência da faixa é enriquecida por sua excepcional fidelidade, que permite ao ouvinte desfrutar cada nuance da música, cada palavra do diálogo, cada ruído em meio ao caos da ação. Os graves que nos chegam via subwoofer são cataclísmicos, colocando sua sala no centro da batalha de Metrópolis, dando grande peso à trilha sonora e aos efeitos. A atividade surround é intensa, desde a criação, com efeitos discretos, de um campo sonoro imersivo, até as cenas de ação onde espaçonaves, jatos e kriptonianos voam por todos os canais à sua volta. Esta faixa lossless para mim é, simplesmente, a melhor de 2013, e acho que meu vizinho do apartamento de cima irá concordar plenamente. Para quem se importa, também estão disponíveis dublagens Dolby Digital 5.1 em português, espanhol, francês e chinês – mesmas opções de legendas. Os menus principal (animado) e pop-up seguem o padrão simplista da Warner, estão apenas em inglês.