Crítica sobre o filme "Grande Herói, O":

Rubens Ewald Filho
Grande Herói, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 09/02/2014

Está passando em branco (ao menos não vi qualquer jornal comentar) as duas indicações ao Oscar® que teve este filme de Guerra que fez uma carreira boa de bilheteria nos EUA (custou 40 milhões e já rendeu mais de 108 milhões, principalmente no interior da América e estados mais conservadores). Não saiu ainda no exterior.

Realmente é uma situação difícil para os cineastas americanos em relação às forças armadas, os soldados anônimos que não tem culpa de estarem nessa enrascada, guerras que não conseguem vencer, becos sem saída que os deixem fisicamente doentes. Ou seja, novo Vietnã, ainda piorados. Que os governantes a quem juraram obedecer os colocaram e têm que respeitar até o fim.

Este filme é um dos poucos que Hollywood produziu contando um caso heroico e verdadeiro acontecido no Afganistão (e que foi produzido por nada menos que 19 pessoas, incluindo o diretor e o astro).

Acho que o papel mais importante do projeto é por conta do ator e diretor Peter Berg porque o pai dele foi um fuzileiro naval. E gostou muito do livro que inspirou o filme (não é tão patrioteiro quando você pensar e além disso Berg vinha do fracasso horrível com seu disaster movie (em todos sentidos) que foi Battleship (que lhe valeu um Framboesa). Convenceu Mark Wahlberg a fazer o filme (mesmo o personagem sendo uns 15 anos mais novo), até porque ele é fiel as suas raízes na classe trabalhadora e solidário com o destino desses heróis desprezados.

O autor Luttrel conta sua própria historia em junho de 2005, quando junto com sua equipe parte numa missão para capturar ou  matar o líder Talibã Ahmad Shah. Muita coisa sai errada e eles tentam escapar de armadilhas e forças inimigas, até quando sobra apenas um. E descobrem que não é por ser inimigo, que não há também pessoas decentes e de bem entre eles.

Fazendo esse resumo senti um sentimentalismo que o filme não tem. Com sua habitual câmera solta, Berg faz o que pode (eu senti que o orçamento era limitado porque a paisagem não tem nada a ver o Afagnistão. Tiveram que rodar nas montanhas de Albuquerque, New Mexico, cheia de pinheiros). Como sempre procurou se cercar dos amigos que revelou (da nova chance a Taylor Kitsch, que havia lançado em Friday Night Lights, e que errou em Battleship e John Carter). E também Emile Hirsch (sobrevivente de Speed Race). O australiano Bana (outro que quebrou a cara como o primeiro Hulk) e o ascendente Ben Foster.

Não sei explicar, a não ser por patriotismo exacerbado, porque o filme foi indicado aos Oscars® de edição de som e mixagem. E tenha também levado o premio do SAG de dublês e ficou finalista no Sindicato dos Roteiristas como roteiro adaptado.