Foi indicado para o Oscar® como edição de som mas brilhou mesmo no Globo de Ouro onde deu uma indicação como ator para Robert Redford (aos 77 anos, ganhou Oscar® como direção por Gente como a Gente, 81 mas só foi indicado uma vez como ator por Golpe de Mestre, 74. Teve também um Oscar® honorário por toda sua carreira). Redford não se aborreceu justificando o fato porque o filme era muito modesto e não teve dinheiro para fazer campanha publicitária para os prêmios.
Mas a maior surpresa foi ter ganhado o Globo de melhor trilha musical (para um muito jovem, Alex líder da banda I´m a Robot). Ate merecido porque é um exercício muito particular no uso de ruídos e silêncios, com uma trilha muito esparsa. Por causa de sua temática peculiar.
A esta altura já devem saber que é um filme especial, com um único personagem (Redford, claro), que nem nome tem e praticamente nenhum diálogo (ele fala um pouco num rádio). Um tour de force para o ator e diretor, realizado pelo diretor Chandor (que fez antes apenas outro longa metragem, Margin Call, sobre a crise econômica). Que ele interpreta com discrição e sutileza sem qualquer momento de exagero. Vai ver justamente foi por isso que não foi indicado. Não sei se a historia é real (procurei mas não achei), mas tem tudo para ser porque de forma minimalista apresenta a aventura do herói que esta viajando num barco, uma espécie de iate, já com certa idade, que foi atingido por um gancho de um container que caiu ao mar. O dano é grave porque rasgou pedaços e permitiu que entrasse água, contaminou também mantimentos. A principio consegue dar ainda um jeito e a luta vai se prolongando dentre tempestades e calmarias. Não tem desvios (a bola) como Náufrago com Tom Hanks, esta muito mais para O Velho e o Mar de Hemingway.
Muito bem realizado e fotografado, não é como pode parecer cansativo ou irritante. Tenho certeza que muitos vão se afastar só a partir da idéia de um único ator que não fala. É uma pena porque é bom trabalho.