Crítica sobre o filme "Vendo ou Alugo":

Rubens Ewald Filho
Vendo ou Alugo Por Rubens Ewald Filho
| Data: 11/08/2013
Esta é para mim a melhor comédia brasileira do ano (ao menos até agora) e que conseguiu um feito extraordinário no  Festival do Recife  onde levou os prêmios  de melhor do júri e da critica também do público, atriz (Marieta), direção de arte, montagem, trilha musical, roteiro, ator coadjuvante (Pedro Monteiro), atriz  coadj (Natalie Timberg) e ainda um premio especial do júri para as atrizes que fazem as tartarugas, Daisy Lucidi, Ilka Soares e Carmen Veronica.
Betse vem de uma ilustre família de atores, sendo sobrinha de Chico Anysio, filha do diretor e produtor Zelito Viana (sobre quem ela escreveu a biografia editada na Coleção Aplauso), irmã de Marcos Palmeira e mais um monte de gente, para não nos prolongarmos. Betse também classificou para o atual Festival de Gramado um belo documentário que fez sobre o fotógrafo Brasileiro Revelando Sebastião Salgado.  Ela já havia exercitado seu talento antes em outros filmes promissores (Celeste e Estrela, O Casamento de Louise) mas é aqui que consegue o equilíbrio certo numa comédia muito carioca, Que zomba e critica das mazelas da cidade, sem deixar de ser uma declaração de amor ao Rio, mesmo assim muito amado. 
Não é fácil fazer comédia nunca. Ainda mais hoje em dia quando a tendência é transformar tudo em chanchada ou pornô-chanchada. Ainda que eu continue a achar que o humor fica mais rico e mais intenso quando parte de dados reais, como aqui: uma família dura que se vira para conseguir manter sua única propriedade, uma casa antiga que fica agora num terreno perigoso demais, na entrada de uma favela. E não tem mais escolha, são obrigados a venderem a casa porque estão totalmente falidos. Mais fácil falar do que fazer.
O lugar é visitado por um francês que pensa em trazer turistas europeus que adoram lugares perigosos e autênticos (já que as paredes estão furadas de balas perdidas). Marieta faz a mãe da família (que não tem duvidas em entregar um barquinho com oferendas para Iemanjá ajudá-la) mas na casa tem ainda a avó (a excelente Natalia Timberg) que vem receber suas amigas de jogatina e que se intitulam As Tartarugas. São Daisy Lucidi, Ilka Soares mas quem realmente rouba todas as sequencias é a incrível Carmen Verônica, que é um autentico fenômeno. Tudo que diz daquele jeito todo seu, vale uma gargalhada. Maravilhosa.Mas não fica só nelas, tem a empregada que faz doces eróticos (e meio sem querer também bolinhos de maconha), o pregador evangélico que deseja a casa, os policiais que de vez em quando dão uma batida... e assim por diante. 
Só sei que me diverti muito com o filme, o elenco, me identifiquei com o  tom de humor. Betse fez um filme cercado de amigos e familiares que é uma verdadeira festa de alegria bem carioca. Divirtam-se.