Crítica sobre o filme "Menina Que Roubava Livros, A":

Rubens Ewald Filho
Menina Que Roubava Livros, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/02/2014

Este foi dos poucos filmes que estava previsto para o Oscar e se perdeu num mundaréu de críticas negativas e falta de interesse do público. Mas ainda assim conseguiu ter indicações para o Globo de Ouro e o Oscar de trilha musical, porque ela foi feita pelo ícone/monumento John Williams (que mesmo assim não está na sua melhor forma). 

Difícil dizer quem pode ser o responsável pelo fracasso (20 milhões de renda nos EUA), mas a tentação é culpar o diretor Percival que foi chamado por que dirigiu alguns dos episódios do super sucesso Downtown Abbey (erraram os produtores porque na verdade o roteirista de Abbey que é responsável pelo seu êxito). Mas como realização de orçamento médio não faz nada de muito errado. Confesso o que me provocou maior estranheza foi quando no meio, depois de seguir toda narrativa que é conduzida por uma voz masculina descobrir que é a própria morte! E não é filme de terror mas de holocausto, será que por isso que achei que era uma solução de mau gosto? Pode ser mas foi isso que inconscientemente me afastou do filme que já não era muito original. Mas dava para seguir. Ainda assim o livro escrito por australiano foi Best-seller e conseguiu fugir de muitos clichês do gênero. Ainda assim é preciso lembrar que a morte ao se apresentar no começo já vem dizendo uma verdade que poucos querem ouvir: Aqui temos um pequeno fato: Você irá morrer!
 
É engraçado que o filme por si só não explica muito, já age como se o público fosse informado sobre esse tipo de história. Assim acompanhamos Liesel uma garota loirinha e bonitinha (a canadense Sophie Nélisse que esteve em Monsieur Lazhar O Que Traz Boas Novas) que se refugia na casa de um casal que vive na pequena cidade de Mulching, perto de Munich e a caminho de Dachau. Mal sabemos que o pai dela eram comunistas e o  irmão mais novo morreu a caminho dali. Obviamente esta fugindo da fúria nazista que mesmo assim esta próxima (e o titulo vem porque eles realizaram uma das daquelas fogueiras de livro e ela não resistiu e roubou um deles). O pai adotivo é Geoffrey Rush, discreto e a mãe, que parece má humorada mas tem bom coração, é Emily Watson. Esse livro e outros que consegue na mansão de um oficial nazista ela compartilha com outros que vivem na casa. A principio nem sabia ler mas aprende e passa a ler para os outros e finalmente esta escrevendo sobre si mesma. Aos 14 anos. Consciente de que ler é ter poder. 

No entanto, algo saiu errado com o filme que não vibra, não chega a emocionar especialmente, nem tem grandes momentos de interpretação.