Crítica sobre o filme "Need for Speed - O Filme":

Rubens Ewald Filho
Need for Speed - O Filme Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/03/2014

Sabem que eu reclamo dos títulos que ficam em inglês, sem tradução, mas aqui ao menos há uma razão: Need For Speed (Necessidade de Velocidade) é o nome de um vídeo-game parece que bem antigo e que você acha muito fácil na Internet. Não vejo  muito motivo para o filme estar passando em 3D já que nenhum dos efeitos é especialmente acentuado pelo uso de outra dimensão! O filme também lança como astro Aaron Paul que virou astro merecidamente depois do sucesso mundial e ainda atual da série Breaking Bad (pelo qual ganhou até dois Emmys!) O curioso é perceber que ele não é um ator pró-ativo, mas um reagente se pode-se chamar assim. Não gera a ação, mas reflete ela, reage a ela e por isso não sei se é o ator ideal para este personagem sem qualquer profundidade.

Na verdade fazia tempo que não via um roteiro tão esquemático e irregular (passando de chanchada dos amigos fazendo besteira com helicóptero, com figuras tão fora de propósito, como a irmã que leva mais de dois anos a reagir a morte do rapaz num acidente de carro provocado pelo marido!). Tudo é absolutamente sem lógica e positivamente ridículo. Mas isso não quer dizer que não é possível perdoar (vamos ser sinceros: se você entrou no cinema para ver um filme deste gênero não será porque seu conteúdo shakespereano!).  E chega ate a ser curioso ver o Michael Keaton, fazendo o dono da corrida retomando o personagem que o tornou famoso (é uma variante no tom de voz e maneirismos de Beetle Juice, ou “Betelgeuse” de Tim Burton ).

E quando a história esta ficando demasiadamente boba o roteiro (com a ajuda do diretor que é especialista em stunts, cenas de perigo) inventa umas surpresas que ajudam bastante (como aquele incidente em San Francisco diante do hotel que é surpreendente e a fuga pelo canyon que me parece ser homenagem a Thelma e Louise).

Aaron faz um piloto de corridas que tem uma oficina e um grupo de amigos excêntricos que recebe uma oferta de um milionário inglês, Dino Brewster (Dominic Cooper, já velho conhecido de Mamma Mia e que se deu bem como o Dublê do Diabo) para envenenar ou customizar um super carro!  É o inicio de uma rivalidade cheia de altos e baixos e principalmente traições, já que o clímax é uma aposta onde entra em jogo a morte de uma pessoa (não vou dar detalhes, mas a situação é absurda assim como a condenação a cadeia e por tão pouco tempo. Ou seja, não passa mesmo de um recurso dramático do enredo para ser esquecido).

A proposta do filme é dar vida ao jogo sem ficar com cara de vídeo game, o  que não sei se  foi a decisão correta. Ainda bem que Paul tem outros projetos melhores em andamento (Pais e Filhos, de Gabriele Muccino, Exodus, de Ridley Scott).