Daniel Filho sempre teve uma relação apaixonada pela obra homônima de Maria Mariana que em sua época foi ate ousada e pioneira, mostrando os problemas das meninas adolescentes pelo ponto de vista delas mesmas (é filha do ótimo Domingos de Oliveira). Entre 1994 e 96, chegou ao extremo de sair da TV Globo para produzir e dirigir a série de TV Confissões de Adolescente (com Mariana, Georgiana Goes, Daniele Valente e Deborah Secco, aliás todas elas fazendo pontas agora como mães).
Inclusive com a ousadia de rodar tudo em película, já que o video-tape da época (com que eram feitas as series estragam fácil e não tinham resistência ao tempo). Embora continue simpático, oportuno e divertido, o filme parece querer ficar num meio termo, sem cair em porno-chanchada, mas prejudicado pela passagem do tempo, já que sem duvida as coisas mudaram em duas décadas. Nem sempre para melhor. Sem querer perder seu público teen, as discussões fogem do melodrama com pais compreensivos (a única figura central adulta é a do sempre bom Cássio Gabus Mendes, pai das quatro meninas, lutando com a falta de dinheiro para sustentá-las direito). Mas falta o contraste da incompreensão, da maior pobreza, dos problemas do aborto, enfim, resulta tudo muito superficial. As adolescentes de hoje são menos espertas e mais tontas do que o filme insiste em mostrá-las.