Há alguns anos atrás eu duvidaria do sucesso desta versão com atores do desenho animado de Disney, A Bela Adormecida , simplesmente por que a faixa etária que mais frequentava cinema eram adolescentes masculinos de 12 a 14, que não é o público alvo desta produção. Ao contrário, este é um filme para mulheres de todas as idades, pré adolescentes em particular e crianças pequenas podem se assustar com a figura de Malévola (houve uma proposital busca de semelhança entre aquele filme de 1959, famoso justamente pela presença marcante da bruxa Malévola e o uso na trilha musical de Tchaikowsky - justamente o balé da Bela Adormecida e que influencia também a musica tema Once Upon a Dream, interpretada agora por Lana Del Rey, nos letreiros finais, escolhida por Angelina Jolie. Todo o elenco foi escolhido de forma que lembrasse justamente as figuras originais, sendo que Aurora jovem é feita pela filha de Angelina e Brad Pitt).
Não me sinto muito a vontade para comparar com o desenho (dos mais reputados da Disney, feito em widescreen) simplesmente porque o assisti uma única vez em vídeo e assim não pertenço ao culto de admiradores da Malévola.
Mas se servir para alguma coisa sou fã de Angelina Jolie, que faz um belo trabalho, até sutil e controlado, ainda que um pouco prejudicado por aquela maquiagem que a deixa com duas batatas nas maçãs do rosto, como se fosse obra de um cirurgião plástico desastrado! Ao contrário de outras escolhas da escalação de elenco que pouco acrescentam. Não gosto e não vejo o que trazem de novo esse super estimado Sharlto de Elysium e Distrito 9 (ele faz apaticamente o vilão que rouba as asas de Malévola, diminuindo seu poder e provocando sua vingança que seria a maldição dela dormir aos 16 anos ate ser beijada por príncipe).Por falar em príncipe o rapaz escolhido e desconhecido é outra figura opaca , que nada acrescenta. Assim como o britânico Sam Riley que faz o corvo Diaval (outro que não diz a que veio). Também esperava mais graça e alivio cômico por partes das três fadinhas.
Em compensação, Elle Fanning é uma graça como a princesa (bem mais talentosa que a irmã Dakota Fanning). E a produção é de primeira, sempre convincente e adequada. O roteiro de Linda Woolverton (que escreveu A Bela e a Fera, O Rei Leão, Mulan) faz o possível para tornar menos previsíveis as mudanças no caráter da heroína. O que eu posso dizer é que as mulheres saíram exultantes da pré estréia, adorando o filme. Os homens foram bem menos expansivos.