Crítica sobre o filme "Amor Sem Fim":

Rubens Ewald Filho
Amor Sem Fim Por Rubens Ewald Filho
| Data: 10/06/2014

Em 1981, o diretor italiano Franco Zeffirelli que havia ficado famoso nos Estados Unidos por sua bonita e acessível versão de Romeu e Julieta, resolveu adaptar um romance de Scott Spencer (Amor Maior Que a Vida), que se tornou um enorme sucesso apesar das críticas negativas. Por várias razões, a maior delas sendo uma canção tema Endless Love, que chegou a ser indicada ao Oscar® e foi outro êxito espetacular (interpretada por Lionel Richie em dupla com Diana Ross). Na época também já existia o prêmio Framboesa e por isso foi indicada como pior filme, pior atriz (Brooke Shields), coadjuvante (Shirley Knight), ator novato (Martin Hewitt), roteiro e direção. Mas como sucede com frequência não estavam certos. O público jovem adorou o filme, que ainda considera o filme um clássico, dentre outras razões porque marcou a estreia de duas futuras estrelas, James Spader (fazendo o irmão dela) e o muito jovem Tom Cruise (numa ponta marcante que o ajudou na carreira). O único que não deu muito certo foi Martin Hewitt, que venceu 5 mil candidatos a protagonista. Mesmo assim fez alguns outros filmes até se aposentar e abrir um negócio de inspecionar casas para segurança e para venda.

Mas na verdade, Hewitt tinha algo ameaçador (era meio gordinho e tinha a cara de pobre que o personagem exigia). E Brooke era a ninfeta da excelência da época, tendo feita uma prostituta vendida em bordel em Pretty Baby e apareceu seminua em Lagoa Azul.  Na verdade, tudo no original era melhor. Para aceitar esta refilmagem é preciso aceitar que um par de adolescentes se apaixone instantaneamente e ache que o amor dele é sem fim! (embora ambos aparentem bem mais idade, o que estraga já a proposta do filme!).  Tem que achar que os pais são falsos, fingem querer proteger os filhos, mas no fundo seriam idiotas. Tem também ter dois pesos, duas medidas. Os pais pobres são boa gente e virtuosos e os ricos só porque tem grana automaticamente são vilões.

O filme começa na formatura com a heroína Jade escorregando quando recebe o diploma (o que não tem maior consequência!).Ela nunca deu bola para a escola porque perdeu o irmão mais velho de câncer dois anos antes e ainda não se conformou. Mas tem um colega pobre, loiro e pretensioso, apaixonado por ela (o insuportável Alex Pettyfer, que é inglês e já estragou A Fera, Eu Sou o Numero Quatro e até o indestrutível Magic Mike). Os dois se encontram numa festa na casa dela e tudo já explode numa paixão enorme. No original eles são mais novos (15 e 17) e o rapaz é realmente dado a atos de violência.  Ou seja, apesar dos pesares a paixão sem limites realmente fazia mais sentido, era mais perigosa. De qualquer forma, o filme é tão sem sentido que a gente começa anotando as besteiras : cenas de sexo sem paixão e banais, ficando-se mais em closes, os pais são parecidos demais, o incêndio e depois a conversão são realmente espantosos. Registramos que é dirigido por uma mulher Shana Feste que fez o musical country Onde o Amor Está.