Crítica sobre o filme "Sem Evidências":

Rubens Ewald Filho
Sem Evidências Por Rubens Ewald Filho
| Data: 22/07/2014

Produzido por 24 pessoas, este filme marcou o ponto mais baixo da carreira do diretor canadense Atom Egoyan, que teve críticas devastadoras a respeito de um trabalho considerado “aborrecido” e desnecessário. Eu já reclamo do próprio titulo nacional, já que não existe no sistema jurídico nacional a palavra evidências, que nada mais é do que um erro de tradução, o usado aqui é “provas”, que seria evidence traduzido do inglês. Mas como ninguém sabe nada mesmo e cada vez menos o filme é sem dúvida “evidente”.

Baseado em fatos reais, acontecidos em 1993, em West Memphis, Arkansas, mas rodado na Georgia, que tem provocado enorme polêmica se chamando de West Memphis Three, é uma mistura de tudo que os jornais adoram no gênero: o assassinato de três crianças em torno dos dez anos, que foram encontradas nuas no fundo de um riacho. Supondo-se que o crime envolveu cultos satânicos, corrupção e basicamente uma total injustiça porque os rapazes aprisionados (Damien Echols, Jessie Misskelley Jr e Jason Baldwin) parecem ter sido condenados não por provas, mas o que no Brasil poderia ser evidências (ou seja, suspeitas, invenções, aparências e assim por diante). O problema maior é que essa mesma história já havia sido contada em três elogiados e contundentes documentários, chamados Paradise Lost, e mais um outro que foi produzido por  ninguém menos do que Peter Jackson de O Senhor dos Anéis. Ou seja, a historia já contada antes e bem melhor do que aqui, é portanto desnecessária, porque o Sr.Egoyam esta cada vez menos inspirado e mais preguiçoso (mas vamos ser sinceros, embora não saiba  construir suspense ou muito clima, o resultado é apesar de tudo profissional, ainda que lento e sem paixão). Mesmo o papel principal é feito com firmeza por Reese  Witherspoon, no que parece ter sido mais uma gravidez dela. Idem com a figura misteriosa de Colin Firth como um advogado/investigador misterioso num personagem mal delineado. Tudo narrado com a preguiça de um “movie of the week” (aqueles antigos filmes da semana).