Crítica sobre o filme "Chef":

Rubens Ewald Filho
Chef Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/08/2014

Tinha uma certa expectativa com este filme que poderia vir a ser uma história sincera de um diretor que se cansou de fazer blockbusters e ganhar milhões e resolver voltar as raízes do cinema independente, retomando também o trabalho de ator (nos últimos no máximo fez participações na série O Homem de Ferro, e para provar que não estava brigado com o astro Roberto Downey Jr o colocou nua pontinha amigável aqui).

Mas não precisa nenhum detetive graduado que o filme não passa de um faz de conta, pseudo verdade quando de fato esta tentando dar uma volta por cima em sua carreira, para não virar um realizador de blockbusters sem coração. Então inventou (junto com 23 produtores!) esta bobagem superficial, vaga e inconvincente que achei uma ofensa aos inúmeros chefs que realmente sofrem, padecem, inventam, criam em contextos muito mais difíceis do que mero ego ferido. Não tem um empregado que o ataca a faca, um outro que o roubou, uma receita que consegue acertar, um aluguel que subiu demais... Enfim, ele viver naquele mundo de Hollywood onde tudo é bonitinho e a comida é obviamente sensacional (locações em Venice, Austin Texas, Miami Florida,New Orleans,Los Angeles). Só os personagens e as pessoas é que são totalmente fake.

Favreau para quem não lembra começou em filmes independentes e teve êxito num chamado Swingers, Curtindo a Noite, 96,  optando depois por filmes grandes como Zathura, Cowboys & Aliens, Um Duende em Nova York. Quando foi tirado do Homem de Ferro 3, substituído por Shane Black e The Avengers, por Joss Whedon. Deve ter ficado claro que era melhor não brigar e fingir estar recomeçando, ainda mais com um tema tão popular atualmente quanto a culinária. O filme era barato e conseguiu uma receita decente para seu custo de 28 milhões de dólares (imaginem quanto homem tem esse sonho de mudar de emprego, pegar uma caminhonete e sair vendo comida mexicana).

Os amigos não deixaram de prestigiar (Dustin Hoffman, Scarlett Johanson, Sofia Vergara, o vilão que seria o rival Oliver Platt). Todos sem personagem e dançando musica cubana. Uma bobagem e uma mentira.